Com liberação no Ceará, veja cuidados necessários para se exercitar ao ar livre em segurança

Apesar de espaços abertos serem menos suscetíveis à contaminação de forma indireta, é necessário estar atento a medidas de proteção

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Fotografia mostra pessoas caminhando na Avenida beira-Mar durante pandemia de Covid-19
Legenda: Novo decreto permite a prática de exercícios físicos em locais abertos restrita a no máximo três pessoas
Foto: Camila Lima

O governador Camilo Santana (PT) anunciou, no último sábado (17), decreto estadual que mantém a flexibilização de atividades econômicas e o isolamento social rígido aos fins de semana no Ceará, mas com uma novidade: atividades físicas individuais em espaços públicos e abertos estão liberadas. Para que a prática aconteça de forma segura, evitando a transmissão da Covid-19, especialistas destacam, porém, que são necessários alguns cuidados.

As principais precauções já são conhecidas pela população: usar máscara, manter o distanciamento social e higienizar as mãos. A infectologista e professora de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, ressalta que o contágio do novo coronavírus acontece mediante contato com gotículas respiratórias de pessoas contaminadas e, por isso, é preciso que, durante a prática da atividade física, todos estejam com os aparatos de proteção.

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“Estando de máscara, se eu estiver infectada, as gotículas que vão sair da minha boca e do meu nariz não vão conseguir chegar na outra pessoa. E se a outra pessoa estiver de máscara, a gotícula que por ventura saia não vai conseguir entrar com facilidade no nariz e na boca da outra pessoa porque está protegida”, reforça.

Apesar do ambiente ao ar livre ser menos suscetível à contaminação de forma indireta, é importante também estar atento ao contato com superfícies que podem estar infectadas pelo vírus.

“Diferentemente de centros de atividades físicas que, seguindo os protocolos contra a Covid-19, contemplam uma estrutura adequada para higienização constante dos praticantes, bem como o controle de distanciamento e fluxo entre os indivíduos, muitas vezes os locais públicos abertos não dispõem dessa estrutura de controle”, comenta o educador físico Júlio César Chaves, mestre e doutorando em Ciências Médicas. 

“Se possível, leve consigo um pequeno recipiente de álcool para higienizar as mãos ou algum material sempre que necessário”, pontua. 

Atenção ao rosto

Por esse motivo, Mônica Façanha acrescenta que é essencial evitar tocar no rosto, nariz, boca e olhos durante os exercícios. “O protocolo maior tem que ser das pessoas que estão indo. Tem sido necessário estabelecer protocolos externos porque as pessoas individualmente não estão cumprindo, não estão se protegendo. Essa atitude consciente de cada um é muito importante, porque a gente não sabe por quanto tempo mais a gente vai precisar dela”, destaca.

Sobre o período destinado aos exercícios físicos, não há evidências científicas que apontem um tempo limite de prática para maior segurança contra o novo coronavírus. Segundo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgadas em novembro de 2020, são recomendados pelo menos de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para adultos, incluindo os que vivem com doenças crônicas ou incapacidade.

“Uma dica que ofereço para os que não conseguirão se exercitar todos os dias é procurar realizar os exercícios em dias alternados para a para melhor adaptação e benefícios a saúde”, aconselha Júlio César Chaves.

Saúde mental

Além dos benefícios ao corpo, se exercitar ao ar livre pode trazer sensações positivas para quem sofre com a ansiedade causada pelo longo período de confinamento.

“Aqui no Ceará, a gente tem muito esse hábito de sair, de ir para a rua, de ir para a beira da praia, então acho que liberar os espaços públicos para exercícios físicos é uma forma de deixar as pessoas menos ansiosas e com vontade de se expor menos em lugares de maior risco. Os ambientes ao ar livre, se você comparar com os ambientes fechados, têm um risco muito menor de transmissão”, afirma a infectologista.

No entanto, Mônica Façanha reforça que a liberação dos espaços públicos só está sendo possível graças às medidas de isolamento social. Ela também frisa que a pandemia não acabou.

“Mesmo já tendo a tendência de melhorar e liberar algumas atividades, o risco da doença não acabou. Isso está sendo liberado porque a gente manteve esse isolamento por esse período. A gente pode começar a sair de casa, mas com todos esses cuidados, não é para sair de casa para se juntar com muita gente", conclui.

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