Cearense que nasceu no dia do aniversário de Fortaleza procura motorista que ajudou em seu parto
Rogério Maia nasceu no dia 13 de abril de 1989 dentro do carro de um homem desconhecido que amparou sua mãe no bairro Bonsucesso. Hoje, a família procura o “anjo da guarda”
Assim como Fortaleza, o jornalista Rogério Maia (32) comemora o seu aniversário no dia 13 de abril, mas todos os anos se depara com a mesma dúvida. Em 1989, ano de seu nascimento, sua mãe, a costureira Marciley Maia (52), na época com 21 anos, teve um parto um pouco inusitado: dentro do carro de um homem desconhecido.
“Pelo o que a minha mãe contou, ela estava na madrugada pronta para dar à luz quando, de repente, ela começou a sentir dores e a bolsa estourou. Aí ela correu para o meio da rua e vinha passando um carro de um rapaz que vinha de uma festa. Ela entrou no carro e falou que ia para a maternidade”, relata Rogério. Agora, o jornalista deseja de presente de aniversário encontrar o seu “anjo da guarda".
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A inexperiência aliada ao primeiro parto assustaram Marciley logo que as fortes dores começaram. Mesmo amparada pelo cunhado e a sogra, que tentavam ajudar no momento, a costureira se viu em uma situação desesperadora, o que fez com que encontrasse apoio do lado de fora de casa. Um jovem rapaz em um carro vizinho parou para levar a gestante à Maternidade Argentina Castelo Branco, no bairro Henrique Jorge.
O pai dele passou dois dias em casa esperando eu ganhar neném. E aí, no dia que ele foi trabalhar, quando foi de madrugada, eu senti dores. Eu, meio apavorada, sem saber como era. O meu cunhado correu para ir buscar o carro, só que era um pouco longe, e a minha sogra foi fazer um chá. Eu fiquei assustada porque eu vi a bolsa rompendo e saí às carreiras, gritando no meio da rua. Eu corri para o outro lado e vinha um carro, eu fiquei na frente do carro com os braços abertos”
Além de dar a “carona”, a presença do rapaz foi essencial para acalmar a mãe de primeira viagem durante o trajeto. Ainda assim, Rogério acabou nascendo dentro do veículo e poderia ter sofrido complicações devido ao cordão umbilical enrolado ao pescoço.
“Se ele não tivesse passado, talvez ela tivesse sentido mais dores, eu não teria nascido tão naturalmente, foi muito nervosismo a caminho da maternidade, eu teria nascido laçado”, afirma o jornalista.
Curiosidade
A vontade de conhecer o homem que ajudou em seu parto surgiu na adolescência, logo depois de saber que não era criado pelo pai biológico. Primeiro, veio a curiosidade de conhecer seu progenitor, e com a lembrança da história de sua origem, Rogério começou a busca pelo rapaz que o ajudou a nascer.
“Quando eu soube, inicialmente eu fiquei com a curiosidade de saber quem era meu pai biológico, cheguei a conhecer depois, mas não tenho relações com ele, mas em seguida veio a vontade de conhecer também esse homem, esse homem que em algum momento passou pela minha vida e que, de fato, foi marcante porque ele colaborou”, conta.
Neste ano, o desejo aumentou por causa da pandemia. Diante de toda a preocupação, o jornalista diz que se viu mais reflexivo sobre a vida durante o isolamento social, sendo o seu nascimento a principal questão.
“No meu caso, o primeiro ponto é como eu cheguei a vida que foi por causa da ajuda desse homem que passou nesse dia específico e na mesma hora que a mãe estava sentindo dores. Se ele ainda for vivo, espero eu, deve ter a faixa etária de 50, 60 anos”, informa.
Mesmo com o passar de todos esses anos, tanto Rogério como a mãe tem esperança de encontrar o homem que os ajudou. O sentimento dos dois é o mesmo: gratidão. “Seria um presente poder agradecer. Eu acho que seria muito feliz para mim conhecer, saber o nome, a história, dizer para os familiares dele que ele ajudou a trazer uma criança ao mundo”, diz o jornalista.
Dividindo o bolo de aniversário com Fortaleza
Essa não é a única história inusitada que a família de Rogério e Marciley coleciona. Nesta terça-feira (13), no dia do seu aniversário, ele lembra das vezes em que já dividiu festas e bolos com Fortaleza. “Quando eu era criança, a prefeitura fazia um bolo enorme, de 10m, 15m, na Praça do Ferreira e cantava parabéns para a cidade.
Na época a gente não tinha condição de fazer bolo, aniversário porque era tudo muito difícil. Minha mãe me levava para a praça do Ferreira para comer o bolo e ela dizia que era o meu bolo de aniversário. Eu achava aquilo um máximo!"
Sendo assim, a relação do jornalista com a cidade não poderia ser diferente: ele se declara um apaixonado pela Capital cearense.” Eu gosto demais da cidade, vivo fazendo fotos da cidade e eu acho que o fato de eu ter nascido no dia do aniversário dela e essa história do bolo gera um link muito forte. Tanto é que eu já tive oportunidade de uma vez sair de Fortaleza, morar em outra cidade do Brasil e eu não fui”.