Aos 115 anos, cearense é reconhecida como a pessoa mais velha do Brasil e 3ª do mundo

Francisca Celsa dos Santos participou do processo de validação de pesquisadores do Gerontology Research Group (GRG)

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: Natural de Cascavel, Francisca Celsa hoje mora em Messejana, na Capital cearense.
Foto: Foto: Arquivo pessoal

Após oito meses de processo, a cearense Francisca Celsa dos Santos foi validada pelo Gerontology Research Group (GRG), ou Grupo de Pesquisa em Gerontologia, em tradução literal, como a pessoa mais velha do Brasil e a terceira do mundo. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (9). Moradora do bairro Messejana, ela tem 115 anos completos em 22 de outubro de 2019. 

Desde a década de 1990, o grupo de pesquisadores atua na área da longevidade humana. A entidade é uma das indicadas pelo Livro Guinness de Recordes para validar idades. Atualmente, o título de pessoa viva mais velha do mundo é da japonesa Kane Tanaka, com 117 anos e 190 dias. 

O processo teve início em novembro de 2019, de acordo com Tiago José Soares, correspondente do GRG no Brasil. A neta da cearense, Fernanda Aliny Barrozo, conta que se deu, basicamente, por meio de validação de documentos. "Nessa época da pandemia, foi bem complicado para obtê-los, porque a família dela é de Pacajus. Conseguimos por um primo que pediu a uma moça que trabalha no cartório de lá", lembra. De acordo com Fernanda, esse reconhecimento é motivo de orgulho para a família. 

"Eu sou muito orgulhosa de ter uma parente tão próxima com tanta vida, que viveu bem. Minha avó tem uma família que a ama muito, e a gente também foi muito amado", afirma.

Cuidados na pandemia

Afastadas por conta da pandemia do novo coronavírus, Fernanda diz que os cuidados com a avó foram redobrados conforme as orientações do neto Luzinei Monteiro, que é médico. “É ele quem toma as decisões sobre a saúde da minha avó. Apenas uma prima ficou direto com ela para cuidar", diz. 

A assistente técnica administrativa afirma não ter sido um período fácil para a família, já que alguns parentes próximos faleceram em decorrência da doença. "A saudade está grande, mas a minha avó é frágil e precisamos ter todos esses cuidados”. 

A rotina de dona Francisca, no entanto, já era bem rigorosa. Por ter a mobilidade afetada, ela depende de cadeira de rodas para locomoção. A alimentação da cearense também requer rigidez, já que é feita à base de leite e suplementações. 

Mesmo com todas as limitações impostas pela avançada idade, dona Francisca demonstra sua lucidez. Na ocasião do aniversário de 115 anos, aproveitou para cantar "parabéns" para si mesma. "É uma benção para nós netos ainda termos ela. A tratamos com um bebê, é a mascote da família", brinca Fernanda. 

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