Bastidores do Castelão: Ceará em pilha de nervos, e Fortaleza cobrando intensidade até o fim

A partida foi realizada nesta quinta-feira (10) na Arena Castelão

Legenda: Ceará e Fortaleza realizaram dois jogos para definir a classificação na Copa do Brasil
Foto: Thiago Gadelha / SVM

O Clássico-Rei desta quinta-feira (10) entra para a história como a conclusão do primeiro duelo da Copa do Brasil. A ida terminou 1 a 1, mas a volta seria a definição do classificado às oitavas. Em campo, domínio do Fortaleza no 3x0 contra o Ceará. E os bastidores contam o enredo da harmonia dos elencos (ou falta dela).

O expressivo placar foi quase um reflexo da demonstração de desejo ao longo da partida. Entrega sempre, mas in loco a sensação foi de um Vovô mais abatido mesmo sem desgaste físico. O cenário era oposto do outro lado, com descontração desde o aquecimento: risos que tomavam a Arena Castelão.

Veja também

Cobrança alvinegra

Comissão técnica do Ceará reclama com a arbitragem
Legenda: A comissão técnica do Ceará reclamou muito com a arbitragem
Foto: Thiago Gadelha / SVM

A animosidade faz parte do futebol, a força mental. E o Ceará pareceu saber que estava abaixo.

A atmosfera envolveu uma série de discussões internas entre os jogadores. O goleiro Richard, mais exaltado, cobrava uma reação em campo antes mesmo do gol adversário: “pu** que pa***. O que é isso?”, gritava. Na defesa, Jordan, Klaus e Buiú discutiam constantemente sobre a posição.

Já Vina era o responsável pela cobrança na frente. Assim, o time alvinegro tinha picos de estresse que eclodiram nos gols sofridos. E quando o meia foi substituído aos 12 do 2º tempo, o ápice da tensão com a revolta no banco de reservas e críticas às decisões tomadas pelo coletivo.

Liderança tricolor

O movimento do Fortaleza na Arena Castelão era de manter a atuação consistente. Com 3x0, Wellington Paulista esbravejava: “continua sério, continua sério. Vamos jogar”.

As lideranças tricolores participaram a todo instante com orientações. Além do atacante, Tinga, Titi e Felipe Alves assumiram o papel de não deixar a intensidade cair em campo.

E a vibração contagiou as arquibancadas também, com apoio e aplausos constantes. Vojvoda comemorava contido e logo retornava para instruções à comissão técnica ou algum atleta. E os diálogos se tornaram mais presentes na reta final.

Tensão e emoção

A rivalidade tem picos de disputa, faz parte. E o controle desses momentos delimita a tensão no jogo. Nesse aspecto, duas cenas. A primeira ocorreu em disputa de bola na esquerda, quando Buiú ficou no chão. O jogo não parou, David arrancou e criou chance de perigo. Naquele instante, a reclamação foi geral. Guto Ferreira, dirigentes e o banco de reservas criticaram a falta de fair-play. Richard: “time, vocês aceitam tudo”.

Imagem do momento da defesa de Richard em finalização de Éderson
Legenda: O goleiro Richard foi muito exigido e cobrou bastante dos companheiros
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Já no novo lance, em bola parada, o lateral Pikachu caiu fora do gramado. Antes do reinício, se levantou e caiu na área. A ação gerou irritação de Richard, que foi tirar satisfações com o jogador. O banco tricolor se levantou e precisou ser contido.

Já na reta final, muita festa do Fortaleza pelo resultado, enquando os atletas do Ceará deixaram o campo. Mas um nome ficou lá e sentiu muito a derrota: Bruno Pacheco. Logo no pito final, o lateral chorou e ficou sozinho. Jogadores, até do adversário, foram consolar o jogador alvinegro e um dos destaques da temporada.