Segunda morte é confirmada oficialmente pelos bombeiros após desabamento de prédio em Fortaleza

De acordo com o coronel Luís Eduardo Holanda, os agentes localizaram o corpo de uma mulher num local de difícil acesso

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Marina Alves

O Corpo de Bombeiros confirmou na manhã desta quarta-feira (16) a segunda morte ocasionada pelo desabamento do prédio localizado no Bairro Dionísio Torres, na terça-feira (15). Segundo o coronel Luís Eduardo Holanda, os agentes localizaram o corpo de uma mulher, ainda não identificada. Ela está sob os escombros, em um lugar de difícil acesso. O militar também atualizou o número de pessoas desaparecidas, que são 9.

Segundo Holanda, a corporação tem 50 bombeiros especializados em resgates prédios colapsados, mas é preciso "ter muita paciência e muita técnica" para realizar o trabalho de resgate. O comandante do Corpo de Bombeiros também afirmou que não foi ouvido nenum som de vítimas nas últimas horas. 

2 mortes
9 seguem desaparecidos nos escombros e 9 resgatados com vida. Corpo de Bombeiros dá números oficiais da tragédia no Edifício Andrea

Pelo menos 21 foram vítimas do desabamento. O número é baseado nas reclamações de familiares e amigos, que a todo instante chegavam à casa de apoio montada em frente ao local para informar nomes, o andar dos moradores ou endereço de trabalhadores que estavam no local.

Pelo menos 20 homens do Corpo de Bombeiros retiram pedras dos entulhos na manhã desta quarta-feira (16) à procura de sobreviventes do prédio. 

Primeira morte confirmada

A primeira pessoa foi retirada dos escombros morta na noite de terça (15), por volta das 23h50. A vítima foi identificada como Frederick Santana dos Santos, de 30 anos

Feridos

Nesta manhã, apenas dois feridos continuavam no Instituto Dr. Jospe Frota (IJF)

  • Cleide Maria da Cruz Carvalho, de 60 anos – deu entrada no hospital com ferimentos no corpo, mas o quadro é estável
  • Gilson Gomes, de 58 anos – resgatado do mercadinho ao lado do prédio

Na terça-feira, também foram atendidos no local:

  • Antônia Peixoto Coelho, de 72 anos – estado de saúde considerado grave. Foi levada a pedido da família para um hospital particular
  • Voluntário da Cruz vermelha que teve a mão machucada (o nome dele não foi divulgado)

Outras vítimas resgatadas foram levadas para hospitais particulares.

Desabamento

O Edifício Andrea desabou na manhã desta terça-feira (15), por volta das 10h28, no cruzamento da Rua Tibúrcio Cavalcante com Rua Tomás Acioli, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. 

A Prefeitura de Fortaleza afirmou na tarde desta terça que o prédio foi construído de maneira irregular. Segundo a prefeitura, até o ano de 1995 existia uma residência no lugar do Edifício Andrea. O primeiro imóvel foi construído na década de 1970. A prefeitura revelou ainda que a construção irregular dos sete pavimentos é o motivo pelo qual não há registros oficiais do prédio. 

O presidente do Conselho Regional de Engenharia do Ceará (Crea-CE), Emanuel Maia Mota, afirmou durante entrevista coletiva, que também não tem registro ou nome de um engenheiro responsável pela construção do Edifício Andrea. 

“Aqui no Crea a gente está constituindo uma comissão que vai levantar informações acerca da reponsabilidade, dos profissionais que estavam ali na nuvem, digamos assim, de serviços a serem executados, e vamos repassar isso para a Defesa Civil, para a perícia, enfim”, afirmou ele. 

Emanuel Maia Mota disse também que foi registrada, uma Anotação de Responsabilidade Técnica informando uma reforma de recuperação de construções e pintura no Edifício Andrea, que ia custar R$ 22.200. O documento é exigido sempre que condomínios ou donos de casas vão fazer uma obra no imóvel. 

Mota explica que a anotação entrou segunda-feira nos registros do Crea-CE em nome de um engenheiro que informava que uma reforma seria executada no prédio, sem especificar em que área seria esta obra. 

Sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento de registro da reforma, o presidente do Crea acrescentou que uma vez que o engenheiro faz o registro do serviço, ele se autodeclara responsável pelas obras.  

"O engenheiro passa a assumir tudo após esse registro e quando ele faz de forma genérica, essa responsabilidade é muito mais ampla. Se ele tivesse descrito o que ele estava fazendo e que tipo de procedimento ia ser executado, as responsabilidades iam se restringindo. Dependendo da responsabilidade apontada pela perícia que será feita no local, no Crea ele pode responder à resolução 1090, que prevê a suspensão do registro profissional. 

Vídeo mostra momento da queda

Drone: imagens aéreas mostram cenário de destruição

Vídeos minutos após a queda do prédio

 

 

 

 

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