Calor mata o coronavírus? Adianta usar máscaras? Médico tira dúvidas sobre a doença

Especialista dá orientações sobre contágio e cuidados para evitar infecção por coronavírus

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Caso confirmado no Brasil foi explicado em coletiva de imprensa.
Foto: Agência Brasil

O infectologista Danilo Campos, ouvido pelo Sistema Verdes Mares, esclarece as principais dúvidas sobre coronavírus.

Quem está doente deve evitar espaços públicos, além de informar aos profissionais de saúde caso tenha febre, dificuldades para respirar e tenha estabelecido contato com pacientes que estejam com suspeita ou confirmação de infecção por coronavírus.

“As pessoas que tiverem um quadro respiratório e que tenham tido contato com outras pessoas que adoeceram com coronavírus, ou caso você tenha viajado para algum país em que haja a transmissão, devem procurar atendimento médico”, orienta o especialista.

Confira um tira-dúvidas sobre a doença:

Como o novo coronavírus deve se comportar no clima cearense? O calor mata o coronavírus?

Ainda é necessário entender melhor como o vírus se propaga em climas diferentes e como ele se manifesta na população. “Em teoria, esses vírus têm maior dificuldade de propagação em ambientes quentes, mas isso é só uma possibilidade, não há garantias que o nosso clima seria protetor”, explica Danilo Campos.

No período chuvoso há mais facilidade de propagação do coronavírus?

Muitas pessoas em ambientes fechados é uma situação mais comuns durante a quadra chuvosa. No entanto a principal recomendação para evitar a contaminação está na higiene pessoal a proteção de nariz, boca e olhos ao tossir e espirrar. “Em épocas do ano em que as pessoas tendem a ficar mais próximas em locais fechados é claro que a chance de propagação da doença é maior, mas o que teria mais importância (para a propagação) seria o clima frio e seco”, diz o médico.

Uso de máscara e de álcool em gel funciona para evitar a contaminação com o coronavírus?

Não há orientação do Ministério da Saúde sobre uso de máscaras cirúrgicas em ambientes públicos para evitar o contato com vírus, como destaca o especialista. A OMS também já divulgou que pessoas sem sintomas não precisam utilizar máscara. “A recomendação é que as pessoas sempre fiquem limpando as mãos com álcool em gel. Sempre que levar as mãos ao olhos, ao nariz ou à boca, após tossir ou espirrar, que imediatamente se lave as mãos com álcool em gel”.

Existe um risco maior para pessoas idosas na contaminação por coronavírus?

Conforme o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, “os casos graves e mortes na China estão concentrados em pessoas acima de 60 anos de idade”. Segundo Danilo esse comportamento já era esperado e reforça a necessidade dessas pessoas se protegerem contra o vírus. “Não há um cuidado específico para essas populações de risco. Na verdade, elas apenas têm de estar mais atentas para evitar o contágio”, pontua.

É possível ser infectado mais de uma vez por coronavírus?
Uma guia de turismo japonesa, de 40 anos, foi identificada com coronavírus pela segunda vez, como divulgou o governo de Osaka, no oeste do país, nesta quinta-feira (27). No entanto, o caso ainda está sendo estudado para que se entenda o comportamento do vírus, acrescenta o infectologista. “É algo que pode ser preocupante se for confirmado, mas ainda não há dados suficientes para a gente emitir uma recomendação”, afirma Danilo.

Qual é a recomendação para quem viajar nesse período de identificação de casos do coronavírus?

Não é feita orientação para cancelar viagens aos estados brasileiros com casos ou suspeitas de coronavírus. “Qualquer viagem devem ser redobrados os cuidados como, por exemplo, estar sempre higienizando as mãos com álcool em gel. Se tossir ou espirrar cobrir com o braço e não com a mão e evitar tocar maçanetas”, explica.

Qual é a expectativa para criação de uma vacina contra o coronavírus?

Danilo Campos explica que o desenvolvimento de uma vacina é um processo complicado porque, além da elaboração da composição química, deve ser viabilizada a produção em larga escala. “Tudo isso leva um certo tempo e é pouco provável que num período menor de seis meses haja uma vacina eficaz contra o coronavírus”, conclui.

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