Número de radares deve reduzir 61% em rodovias federais no Ceará

Novo contrato celebrado prevê instalação de 58 fotossensores no Estado. Contrato antigo previa 93 radares a mais. Aparelhos contarão com tecnologia que facilita integração com a Polícia

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Empresa contratada tem um mês para remover todos os aparelhos antigos em rodovias federais no Ceará

Fiscais com olhos imóveis nas rodovias federais do Ceará, os radares eletrônicos terão presença reduzida em 61% no Estado, nos próximos meses. Se, pelo contrato antigo, havia 151 radares de monitoramento, o novo pacto vai instalar apenas 58 fotossensores - 93 a menos. Eles serão implantados nos trechos mais críticos de três rodovias: BR-116, BR-222 e BR-020. Os antigos estão sem funcionar desde o dia 14 de janeiro, quando o contrato anterior foi encerrado.

Conforme a previsão de instalação dos equipamentos, a distribuição deve ser de quatro radares na BR-020 e de 24 na BR-222. A BR-116 deve receber a maior quantidade: serão 30 fotossensores, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Ceará.

O cronograma apresentado na última quarta-feira (21) pelo órgão prevê que a empresa contratada tem um mês para remover todos os aparelhos antigos. "Enquanto isso, estamos fazendo a aprovação dos estudos técnicos e, depois, liberamos a implantação nos pontos considerados críticos", explica a superintendente do Dnit, Líris Silveira, com previsão final de implantação dentro de dois meses.

Geometria

Os exames do Dnit levam em conta aspectos como o adensamento populacional dos locais e as vias que desembocam nas BRs, bem como a curvatura, a geografia e geometria da via. Outro fator posto na mesa é a quantidade de acidentes de trânsito no trecho. Os novos equipamentos, garante Silveira, contam com tecnologia OCR, que facilita o reconhecimento de caracteres e vai auxilia na comunicação de dados com a Polícia.

Questionada sobre a arrecadação dos valores de multas, a superintendente é enfática: "o dinheiro vai para a conta da União, mas não é intenção do Governo Federal trabalhar com dinheiro arrecadado de multa. A intenção é a gente reduzir acidentes, conscientizar a população e educar nossa população a andar nas vias", ressalta, reconhecendo que o Ceará tinha um número excessivo de equipamentos.

Por isso, mesmo com a redução no número de radares, Líris Silveira acredita que a educação no trânsito é essencial. "Existem rodovias onde se tem boa visibilidade e o pavimento é de boa qualidade e que não tem necessidade de implantação do radar. Mas, se o motorista vê bom pavimento, acelera", observa.

Retorno

A superintendente diz que o valor arrecadado com as multas pelo Dnit volta em forma de projetos de educação no trânsito. "Temos o serviço de operações que faz programas educativos; entre eles, o Projeto Escola, que fala sobre educação no trânsito em escolas públicas às margens das rodovias. Temos os radares, as balanças, o controle que fazemos na educação no trânsito e temos nossos agentes".

A reinstalação dos radares foi pactuada pelo Dnit e pela União com Ministério Público Federal e Justiça Federal. No mês de abril, a juíza Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal em Brasília, proferiu uma decisão para que a União não retirasse os equipamentos.

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