Corrida aos postos para encher o tanque

4º dia de paralisação nas rodovias foi marcado por filas nos postos de Fortaleza e segunda alta seguida nos preços

Escrito por Redação ,
Legenda: Em pesquisa direta, realizada ontem, a reportagem constatou elevação média de quase 20 centavos nos postos de Fortaleza
Foto: Foto: Kid Júnior

A incerteza com a capacidade de reabastecimento do combustível causada pela greve dos caminhoneiros e os últimos reajustes nos preços, que têm encarecido os insumos, gerou uma verdadeira corrida por parte dos consumidores na Capital. O objetivo era garantir o tanque cheio antes de um novo eventual aumento no valor de revenda ou para evitar ficar sem gasolina. Mas a elevada procura pode acabar zerando os estoques antes do previsto. Ontem, alguns postos temiam a falta de combustível nesta sexta-feira (25) e a contínua dificuldade no suprimento dos estoques.

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Para tentar driblar essa incerteza, alguns consumidores estavam enchendo galões com gasolina, prática que é proibida por lei para evitar a criação de estoques domésticos individuais. A justificativa era a mesma: garantir estoque para o próprio carro continuar rodando. Nenhuma das pessoas quis se identificar.

Ainda que a procura tenha sido alta por combustíveis, o movimento de carro nos estabelecimentos da Capital foi considerado normal, de acordo com os próprios frentistas. Apesar do fluxo não ter sofrido alteração, praticamente todos os motoristas que paravam para abastecer queriam encher o tanque.

O Diário do Nordeste retornou aos postos da pesquisa direta realizada na última quarta-feira (23) para acompanhar o movimento e chegar a alteração de preços. Apenas um deles apresentou diminuição para valor de revenda da gasolina, enquanto sete mantiveram o mesmo preço. Nos outros quatro, houve uma elevação média de quase 20 centavos. No posto da bandeira Ale, no cruzamento entre as avenidas Pontes Vieira e Barão de Studart, o aumento foi de 30 centavos, com o litro da gasolina passando a custar R$ 4,89.

O preço máximo, no entanto, permaneceu inalterado entre os dias 23 e 24, marcado nesse mesmo valor: R$ 4,89.

Estoque

O preço mínimo também passou sem sofrer mudanças. No posto Shell Bela Vista 2, na Avenida Barão de Studart, o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 4,48. No entanto, por volta das 5 horas da tarde de ontem já não havia mais estoque. "Acabou já faz umas duas horas. Agora, só álcool e diesel", anunciou um dos frentistas, no momento em que a equipe de reportagem desembarcou no local.

A previsão era que de que, até as 8 horas da noite, o álcool também acabasse no local. E pelo preço mais barato em relação à concorrência, as filas formadas parar abastecer já estavam transbordando os limites do estabelecimento e invadindo o asfalto das ruas adjacentes.

Já para o diesel, a pesquisa encontrou equilíbrio, com vários postos acompanhando o reajuste da Petrobras e baixando o valor de revenda. No entanto, a maior redução ficou aquém do valor repassado pela Estatal, marcado em 10%. Na Capital, a maior redução foi de 6,5%, no posto Ipiranga da BR-116.

Enquete 

Como está lidando com a gasolina cara?

"O preço está abusivo, e a gente tem de preparar logo a reserva, porque a gente não sabe se amanhã vai ter gasolina nos postos e precisa garantir. Fora do trabalho, a gente tenta sempre procurar o melhor preço"

Francisco Aldecir Fernandes
Motorista

"Como toda a população, eu estou achando esse preço absurdo. A gente paga muito imposto em tudo, então isso complica. Eu estou usando o aplicativo do posto para ganhar desconto e garantir um preço justo"

Fabrício Torres
Servidor público

"Esse preço é um absurdo! Daqui a pouco a gente vai ter que deixar o carro de lado e andar a pé. Para tentar lidar com a situação, eu fico procurando o mais barato e, hoje, vou encher o tanque com etanol"

Romildo da Silva
Motorista

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