Ocupação no feriado será menor nos hotéis

Em 2017, setor teve uma taxa de ocupação de 62% no período, percentual que deve cair para 50% neste ano

Escrito por
Marlyana Lima - Editora Assistente do Tur producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 02:28)
Legenda: Expectativa é que a Capital receba 50 mil turistas entre 30 de maio e 2 de junho, gerando um impacto econômico de R$ 126 milhões
Foto: FOTO: FERNANDO TRAVESSONI

A Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) divulgou, nesta quinta-feira (24), a previsão de movimentação na Capital cearense durante o feriado de Corpus Christi. Entre os dias 30 de maio e 2 de junho são esperados 50 mil turistas, o que representa um impacto econômico de R$ 126 milhões em todo o Estado durante o período.

No entanto, o otimismo com as viagens motivadas pelo feriadão vem dando lugar à preocupação com os prejuízos que aumentam a cada dia em função da greve dos caminhoneiros, que foi suspensa ontem, mas já afetou o setor. Na rede hoteleira, mesmo antes da deflagração da greve, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE) era de queda na taxa de ocupação.

"Em 2017, era de 62% e neste ano nós estamos trabalhando com uma taxa em torno de 50%. Se o impasse no abastecimento do País não for solucionado até o fim desta semana, poderemos ter perdas ainda muito maiores", observou, ontem, o presidente da entidade, Eliseu Barros, antes do anúncio da suspensão da greve.

O hoteleiro e vice-presidente da ABIH-CE, Darlan Leite, também projeta prejuízos para o setor com a continuidade da greve. "Já tive cancelamento de 90 hóspedes que vinham de Caruaru (PE) para passar esse fim de semana em Beberibe. As pessoas não terão como se deslocar. Já há problemas nos aeroportos e nas rodovias. Não tem como manter as viagens dessa forma. Vamos esperar que haja uma solução salomônica", disse.

Antes da paralisação

De acordo com o Ministério do Turismo (Mtur), o feriado prolongado no fim de maio é a folga prolongada de maior impacto em 2018, com previsão de 2,4 milhões de viagens realizadas em todo o País. Os números no entanto, começam a ser revistos em função da instabilidade no abastecimento de aeroportos e da malha terrestre.

A paralisação pode alterar as projeções positivas sinalizadas em diferentes pesquisas de intenção de viagem para Fortaleza. Levantamento do site Kayak listou a Capital cearense como o 6º destino mais procurado do País, com um aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior. A CVC, maior operadora de turismo do País, também trouxe Fortaleza no ranking na intenção de viagem dos brasileiros para as férias de julho, ocupando a 3ª colocação, atrás de Maceió e Porto Seguro.

Antes da greve, as projeções apontavam crescimento das viagens em todo o País. A expectativa era de que, juntos, os feriados do dia 1º de maio e de Corpus Christi (31) poderiam injetar R$ 9 bilhões na economia em todo o Brasil, resultado das cerca de 4,5 milhões de viagens no período. O levantamento foi realizado pelo Ministério do Turismo, em parceria com a FGV e previa que o mês seria o mais lucrativo em viagens (considerando os outros feriados após maio). O estudo aponta maio como o mês com mais feriados escolhidos para viajar, ultrapassando as 3,7 milhões de viagens previstas para novembro (Finados e Proclamação da República).

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