Vídeo raro mostra indígenas que vivem isolados na Amazônia; veja

As imagens foram compartilhadas pela organização Survival International, que denuncia a exploração de madeira no território indígena Mashco Piro

Escrito por Redação ,
Indígenas próximo a rio
Legenda: As imagens foram compartilhadas pela organização Survival International
Foto: Divulgação/Survival International

A organização Survival International divulgou, nesta quinta-feira (18), imagens inéditas de dezenas de indígenas da comunidade isolada de Mashco Piro às margens do rio Las Piedras, no sudeste do Peru. O fato, tido como "incomum" por indigenistas, chamou a atenção de organizações que se dedicam a apoiar os direitos de indígenas na região.

Os mashco piro são considerados a maior comunidade indígena isolada do mundo. Eles habitam a Amazônia peruana, na fronteira entre o Brasil e o Peru.

Povo Mashco Piro à beira de um rio
Legenda: Os mashco piro são um grupo de aproximadamente 750 indivíduos
Foto: Divulgação/Survival International

À BBC, a porta-voz da Survival International, Teresa Mayo, explicou que o comportamento dos indígenas preocupa porque se presume que eles saíram à procura de alimento. "Não é comum que tantos [são em torno de 50] se reúnam. [...] Todos que aparecem nas imagens são homens, por isso, presumimos que saíram em busca de comida", disse.

Atividade de madeireira estaria afetando ecossistema

Esse comportamento pode ter sido causado pelas atividades de uma madeireira chamada Canales Tahuamanu que opera legalmente na mesma região e que estaria afetando o ecossistema. "Eles são caçadores-coletores e precisam de grandes áreas de mata para conseguir seu alimento. Portanto, essa reunião de vários grupos pode ser uma forma extrema de procura de alimentos devido ao impacto que isso [extração de madeira] está causando no território", detalhou Mayo. 

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Na publicação que trata do assunto, a Survival International denunciou que a Canales Tahuamanu tem desmatado o território Mascho Piro há anos, colocando em risco os indígenas. "A destruição da floresta, encontros indesejados com os trabalhadores da madeireira e a propagação de doenças pode acabar com a comunidade", escreveu a ONG.

Além disso, a Survival incentiva que sejam revogadas as licenças de exploração de madeira na região. Além disso, quer que o território seja reconhecido como pertencente à comunidade Mashco Piro.

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