Venezuela prende espanhóis e americanos acusados de plano para 'desestabilizar' país

Espanha e Estados Unidos não reconheceram reeleição de Nicolás Maduro e vivem tensão com o país

Escrito por
Nicolas Maduro
Legenda: Governo Maduro prendeu cidadãos dos Estados Unidos e da Espanha por suposto plano para "desestabilizar" a Venezuela
Foto: AFP

O ministro de Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou, neste sábado (14), que foram detidos três cidadãos estadunidenses, dois cidadãos espanhóis e um cidadão tcheco no país. As informações são do g1. 

A acusação, segundo ele, é de que os três estariam envolvidos em um suposto plano para "desestabilizar" a Venezuela por meio de "ações violentas". Ainda segundo o ministro, foram apreendidos 400 fuzis dos Estados Unidos. 

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O país sulamericano vive uma escalada de tensão desde a eleição, realizada no final de julho, quando foi anunciada a reeleição de Nicolás Maduro. O resultado vem sendo questionado tanto internamente como externamente, com acusações de fraude da votação. 

Os Estados Unidos e a Espanha são dois dos países que não reconheceram a vitória eleitoral de Maduro. 

Além disso, o candidato da oposição venezuelana, Edmundo González — alvo de mandado de prisão na Venezuela — está na Espanha em busca de asilo político. Ele deve se reunir com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez. 

Ao fazer os anúncios das detenções, Cabello vinculou os supostos planos para "atacar" a Venezuela a centros de inteligência dos Estados Unidos e da Espanha. Também acusou a líder da Oposição, María Corina Machado. 

Suposto plano para 'desestabilizar' Venezuela

Cabello também citou que haveria um suposto plano de atentado contra o presidente Nicolás Maduro e autoridades do Executivo.

"Foram recentemente detidos dois cidadãos espanhóis em Puerto Ayacucho (no sul do Amazonas), José María Basua e Andrés Martínez Adasme", disse o ministro do Interior venezuelano. 

Ainda segundo ele, foram detidos três estadunidenses e um tcheco. Um dos cidadãos dos Estaos Unidos, identificado como Wilbert Josep Castañeda, seria "militar da ativa" e "chefe" da operação na Venezuela. 

Segundo ele, os 400 fuzis apreendidos seriam usados para "atos terroristas aqui na Venezuela" que seria "terrorismo promovido por setores políticos".

"Contataram mercenários franceses, mercenários do leste europeu e estão em uma operação para tentar atacar nosso país", acrescentou.

Estados Unidos e Espanha negam acusações

Tanto a Espanha como o Estados Unidos nega qualquer relação dos detidos na Venezuela com os centros de inteligência ou qualquer órgão estatal dos países. 

"A Espanha nega e rejeita absolutamente qualquer insinuação de estar implicada em uma operação de desestabilização política na Venezuela", disse à Reuters uma fonte do Ministério das Relações Exteriores espanhol.

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"O governo confirmou que os (dois cidadãos espanhóis) detidos não fazem parte do Centro de Inteligência Nacional ou de qualquer organização estatal. A Espanha defende uma solução democrática e pacífica para a situação na Venezuela".

Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano classificou como "categoricamente falsas" as acusações de que o país estaria envolvido em um plano para desestabilizar o governo de Maduro.