"Vou tomar a farda de vocês"; advogado mensageiro de facção que ameaçou policiais é réu na Justiça
O MPCE sustenta que o advogado é acusado de crime contra a Administração Pública. O denunciado nega
O advogado Julio Cesar Costa e Silva Barbosa permanece como réu no Judiciário cearense. Conforme ratificação do recebimento da denúncia, Julio deve ir a audiência de instrução e julgamento. Consta na acusação, que o advogado atuou como mensageiro de uma facção criminosa e ameaçou verbalmente policiais penais, do Presídio de Segurança Máxima, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Na última semana, o juiz da Vara de Delitos de Organizações Criminosas pontuou que há indícios de autoria e materialidade suficientes para o prosseguimento da ação. O magistrado destaca que policiais penais foram vítimas das ameaças supostamente proferidas pelo acusado e prestaram depoimentos na delegacia narrando com riqueza de detalhe o ocorrido.
No depoimento do diretor da Unidade de Segurança Máxima "ele reproduziu com exatidão as palavras utilizadas pelo réu para ameaçá-lo e desacatar os policiais". O agente alega que em setembro de 2021 o réu ameaçou os servidores dizendo frase, como exemplo: "eu vou tomar a farda de vocês. Se não conseguir judicialmente, eu vou conseguir por outros meios", "você não sabe com quem é que está se metendo, a sua vida acaba agora" e "eu conheço gente importante, conheço gente na política".
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Júlio César foi denunciado em outubro de 2021 por participar de organização criminosa, além dos crimes de ameaça, dano qualificado contra patrimônio público, resistência, desacato e emprego de arma.
Julio Cesar apresentou resposta à acusação alegando "ausência de justa causa, ausência de representação para o crime de ameaça e a atipicidade material pela aplicação do princípio da insignificância quanto ao delito de dano".
FLAGRADO COM BILHETE
No dia 15 de setembro de 2021, o advogado foi flagrado por policiais penais, em posse de um bilhete. Ele estaria atuando como mensageiro entre membros de uma organização criminosa de origem carioca, transmitindo informações de pessoas fora do sistema penitenciário para os presos, e vice-versa.
A reportagem apurou que Júlio César tinha ido fazer atendimento ao detento Paulo Henrique Oliveira dos Santos, 31, o ´Sassá', pontado pelas autoridades como um dos chefes no Ceará de uma organização criminosa carioca.
Na saída do atendimento ao detento, o advogado se recusou a mostrar o papel. Ao ser interpelado pelos agentes, o advogado teria ameaçado o diretor da unidade e agido com violência. Júlio César recebeu voz de prisão e foi detido por policiais penais da Segurança Máxima. Ao ser colocado na viatura, ele quebrou parte do xadrez.