MPCE denuncia cinco homens por latrocínio em shopping de Fortaleza que vitimou gerente de joalheria

Segundo a acusação, o tiro que matou a mulher partiu da arma do assaltante, mas a Polícia Civil ainda aguarda os laudos periciais

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Viaturas da Polícia Militar do Ceará no estacionamento do Shopping Iguatemi
Legenda: Viaturas foram acionadas para o estabelecimento
Foto: Rafaela Duarte

O Ministério Público do Ceará (MPCE) ofereceu denúncia à Justiça Estadual, na noite da última quinta-feira (2), contra cinco homens pelo latrocínio em um shopping de Fortaleza, que vitimou a gerente de uma joalheria, Caroline Alves da Rocha, no mês passado. Segundo a acusação, o tiro que matou a mulher partiu da arma do assaltante, mas a Polícia Civil do Ceará (PCCE) ainda aguarda os laudos periciais. Todos os acusados estão presos.

O órgão acusatório ainda pediu para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, para continuar a busca e interrogar uma mulher identificada apenas como Marina, que seria a sexta integrante da quadrilha que cometeu o crime.

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Diferente do indiciamento da Polícia Civil, o Ministério Público denunciou os cinco homens - Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, André Luiz dos Santos Nogueira, Antônio Duarte Araújo Eneas, Douglas da Silva Dias e Antônio Jardeson Lima de Moura - pelo crime de latrocínio (artigo 157, § 3º, inciso II do Código Penal Brasileiro), além de associação criminosa.

O DHPP, no Relatório Final do Inquérito Policial, indiciou apenas Dougas da Silva e Antônio Jardeson pelo latrocínio em si, enquanto os outros três suspeitos foram indiciados por outras qualificadoras do crime de tentativa de roubo: concurso de duas ou mais pessoas (artigo 157, § 2º, inciso II) e uso de violência ou ameaça com emprego de arma de fogo (artigo 157, § 2º-A, inciso I). O grupo todo já havia sido indiciado por associação criminosa.

Quadrilha tinha informação de roubo de R$ 5 milhões

O latrocínio ocorreu na noite de 20 de agosto deste ano, no Shopping Iguatemi, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Caroline Alves da Rocha, de 36 anos, era gerente da loja Tânia Joias e foi utilizada como "escudo humano" em um assalto, ficando no meio de um tiroteio entre um assaltante e um segurança particular. Ela foi alvejada e morreu no local.

A denúncia do Ministério Público do Ceará, assinada pelo promotor de Justiça Paulo Henrique de Holanda Sousa Matos, traz que Lúcio Mauro, conhecido como 'Véi' ou 'Pai', líder da quadrilha e idealizador do assalto, tinha a informação de que outro roubo à loja tinha subtraído um valor de cerca de R$ 5 milhões.

De forma a organizar a consumação do crime, os acusados frequentaram, previamente, a joalheria por algumas vezes, para entender como seria o funcionamento da empresa, a quantidade e movimentação de empregados, a ação criminosa a ser praticada e a fuga do estabelecimento após sua consumação. Depois, reuniam-se numa venda de espetinhos de carne na avenida Presidente Castelo Branco, onde continuavam acertando os detalhes para a execução do delito e a medida da atuação de cada integrante do grupo criminoso."
Paulo Henrique de Holanda Sousa Matos
Promotor de Justiça

Conforme as investigações policiais, André Luiz e Antônio Duarte deram apoio à ação criminosa; enquanto Douglas da Silva e Antônio Jardeson entraram no estabelecimento e anunciaram o assalto. Douglas estava na posse da arma de fogo. A mulher, identificada apenas como Marina, também teria dado apoio à tentativa de roubo.

Quatro suspeitos de participarem da ação foram presos no sábado (21)
Legenda: Quatro suspeitos de participarem da ação foram presos no sábado (21)
Foto: Reprodução

MPCE diz que tiro fatal partiu de arma de assaltante

Segundo a denúncia do Ministério Público, o tiro que matou Caroline da Rocha partiu da arma de um assaltante:

Um dos tiros efetuados por Douglas da Silva Dias atravessou a região dorsal lateral esquerda de Caroline Alves da Rocha Damasceno, perfurou ambos os lobos do pulmão e o coração, saiu pela região peitoral esquerda e causou a morte dela. Cessado o tiroteio, Antônio Jardeson Lima de Moura e Douglas da Silva Dias correram do local."
Paulo Henrique de Holanda Sousa Matos
Promotor de Justiça

Entretanto, a Polícia Civil indicou no Relatório Final que ainda aguarda por laudos periciais para concluir de qual arma partiu o tiro que matou a gerente da loja. Os investigadores aguardam pelo Laudo Perinecroscópico, pelo laudo da análise das imagens contidas no DVR da loja e pelo Laudo Complementar de Local de Crime, que são elaborados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce).

Importante salientar que após a juntada dos referidos laudos é que será possível sedimentar de qual arma partiu o tiro que ceifou a vida da vítima, entretanto, importante destacar que, independente disso, o crime de latrocínio encontra-se consumado, pois quando o grupo arquitetou e executou o modus operandi para a prática de roubo com arma de fogo, a partir desse momento, o risco do resultado morte foi assumido pelos executores que entraram na loja".
Mariana Paes Diógenes de Paula
Delegada da Polícia Civil

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