Delegado da Polícia Civil que agrediu mulher em Aurora é solto após pagar fiança de R$ 6 mil
Apesar de se envolver em uma confusão com várias pessoas, o servidor público foi preso em flagrante apenas por dirigir alcoolizado
O delegado da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) Paulo Hernesto Pereira Tavares já se encontra em liberdade, após agredir uma mulher e ser preso por dirigir alcoolizado, em Aurora, na Região do Cariri, e pagar fiança. O servidor foi afastado da função pública, por determinação do governador do Estado, Elmano de Freitas.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, a Central de Procedimentos Digitais, da Polícia Civil, arbitrou a fiança no valor de R$ 6,6 mil, por volta de 20h50 do último sábado (11), após pedido do preso. O valor foi depositado em cartório e o suspeito foi posto em liberdade.
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Apesar de se envolver em uma confusão com várias pessoas e agredir uma mulher com um tapa na cara, como mostram vídeos que circulam pelas redes sociais, Paulo Hernesto foi preso em flagrante apenas pelo crime de dirigir automóvel sob efeito de álcool, previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Veja o vídeo da agressão:
Prisão por dirigir alcoolizado
Policiais militares realizaram a detenção e levaram o suspeito, com indícios de ter dirigido alcoolizado, à Delegacia Municipal de Aurora. Na abordagem policial, o delegado se utilizou do direito de se recusar a realizar o teste do bafômetro.
Entretanto, por determinação da Polícia Civil, o preso foi encaminhado à Perícia Forense do Ceará (Pefoce) para passar por exame de Corpo de Delito para Verificação de Embriaguez. O resultado deu negativo, mas foi constatado um lapso temporal entre o flagrante e o exame.
Em razão do depoimento dos PMs que realizaram a prisão e das testemunhas, o delegado plantonista da Central de Procedimentos Digitais homologou a prisão de Paulo Hernesto Pereira Tavares apenas por dirigir automóvel sob efeito de álcool.
"Cumpre ressaltar que outros elementos indiciados para as demais condutas, em tese, criminosas, imputadas ao Flagranteado, carecem de aprofundamento investigatório, tendo em vista as alegações do investigado de agir sobre o manto das excludentes de ilicitude previstas no Artigo 25 do CPB, dentre outros que se fizerem necessários para a formação de convencimento da Autoridade Policial com atribuição legal para prosseguir no apuratório", considerou o delegado plantonista, sobre a possibilidade de cometimento de outros crimes pelo delegado preso.
A versão do delegado preso
Em depoimento, o delegado preso negou uso de álcool e contou que a confusão começou no momento em que ele - mesmo de folga - decidiu abordar um adolescente suspeito de cometer crimes em Aurora e houve uma colisão entre os veículos de ambos.
Sobre as agressões que foi acusado, Paulo Hernesto disse que agiu para se defender de pessoas que também o agrediram. O suspeito ainda negou ter desacatado os policiais militares ou ofendido verbalmente outras pessoas.