Unidade abrange 33 municípios

Escrito por Redação ,
Legenda: Chegando à Floresta, pode-se observar, de qualquer parte, a ação indiscriminada do homem
Foto: Antônio Vicelmo
Criada em 1946, no governo Dutra, a Floresta Nacional do Araripe é a mais antiga unidade de conservação da Chapada do Araripe. Está localizada na biorregião do Complexo do Araripe, abrangendo os municípios de Missão Velha, Abaiara, Brejo Santo, Porteira, Jardim, Jati, Pena Forte, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Santana do Cariri, Araripe, Potengi, Campos Sales, Salitre, no Estado do Ceará. Além de Araripina, Trindade, Ouricuri, Ipubi, Exu, Santa Cruz, Bodocó, Cedro, Moreiândia, Granito, Serrita, no Estado de Pernambuco; e Fronteira, Padre Marcos, Simões, Paulistana, Pio IX, Caldeirão Grande, Curral Novo, no Estado do Piauí.

Situada em uma região onde as condições de clima e solo predispõem à desertificação; onde a redução da área de cobertura vegetal nativa entre 1984 e 1990 atingiu 274.950 Km², a Flona Araripe tem uma importância relevante na manutenção do equilíbrio hidrológico, climático, ecológico e edáfico (pertencente ou relativo ao solo) do Complexo Sedimentar do Araripe.

A Flona Araripe realiza pesquisa científica, recreação e lazer, educação ambiental, manejo florestal e turismo. Possui diferentes fisionomias, que vão do carrasco (formação com adaptação acentuada à seca), floresta úmida e cerrado.

O saldo de três séculos de incorporação da biorregião araripense ao sistema econômico nacional e global, pode ser resumido em extermínio das diversas tribos da nação Cariri. Além da perda significativa de biodiversidade com a extinção de espécies animais e vegetais. Perda expressiva de vazão das fontes do aqüífero Exu/Arajara; pauperização do solo e do homem araripense em razão da erosão dos solos, da poluição das coleções hídricas. É onde pode ser observado também, o aumento de pragas e doenças nas lavouras e na criação, e do êxodo rural que resulta na favelização dos núcleos urbanos da biorregião.

Em 1838, quando o escritor médico e naturalista inglês George Gardner visitou o Cariri, constatou de cima da Serra de Caririaçu, um verdadeiro paraíso. No livro “Viagens ao Interior do Brasil”, Gardner relata: “Impossível descrever o deleite que senti ao entrar no Município do Crato comparativamente rico e risonho. Desta serra, brotam numerosas fontes, a que se pode atribuir a grande fertilidade desta parte do sertão, cujas correntes de água se diversificam em mil direções para os fins de irrigação”.

Hoje, o Cariri está muito diferente do descrito por George Gardner. Da serra do Caririaçu, o ponto mais alto da região, se observa uma região seca, tomada por construções.