Moradores de Itapipoca relatam falta de água há 40 dias; Cagece nega desabastecimento
Residentes do bairro Júlio I recorrem a caminhões-pipa e cisternas para garantir o serviço nas casas. Companhia informou que o problema foi solucionado na última sexta-feira (8)
Moradores do bairro Júlio I, em Itapipoca, relatam que estão há quase 40 dias sofrendo com a falta de água. O desabastecimento, segundo eles, é um problema recorrente há pelo menos três anos na região.
“Já liguei pra ouvidoria, fiz várias reclamações, mas a resposta que nos dão é que no sistema deles tá tudo ok. Nós somos esquecidos, esse problema se arrasta há três anos, a gente se mobiliza, eles vêm aqui e alguns funcionários falam que não tem o que fazer”, relata o comerciante Francisco Viana.
O morador conta ainda que, para suprir a falta de água, a comunidade se reúne para contratar caminhões-pipa. Porém, o serviço é caro e só dura, em média, de 8 a 10 dias. “E isso é economizando, usando só pro essencial. Muitos moradores também usam cisternas e cacimbas, mas a água acabou”.
Procurada pela reportagem, a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará) informou que o desabastecimento na região foi solucionado na sexta-feira (8). "O retorno do abastecimento está ocorrendo de forma gradativa e o equilíbrio completo do sistema deve acontecer em até 72h. A companhia informa ainda que a ocorrência foi ocasionada por um vazamento na adutora que abastece o local", afirmou em nota.
Moradora do bairro há 16 anos, Maria de Fátima Ferreira pontua que ninguém entende o desabastecimento. “Não temos resposta. Passamos o ano todo, durante a pandemia, tendo que economizar água e reaproveitar pra não acabar totalmente. Como que se cuida sem água?”, questiona.
“É muito difícil, tem tempo que não lavo roupa, porque precisa de muita água. Na pandemia, tive que fazer uma cisterna, mas não era suficiente, aí fizemos uma maior pra ter água na caixa d’água, mas não chegava até lá”, acrescenta a auxiliar de serviços gerais.
Os moradores alegam ainda que a conta segue chegando para eles, o valor cobrado nem chegou a diminuir. “Estamos até pensando em entrar na Justiça, pois não tão repassando o serviço que a gente tá pagando”, afirma Maria.