Moradores de bairros de Itapipoca reclamam de falta de água

O problema é recorrente e piora nos últimos quatro meses do ano. É preciso transpor água de fontes alternativas para suprir a demanda da cidade

Escrito por Honorio Barbosa , região@svm.com.br
Legenda: Instabilidade no abastecimento de água prejudica moradores de Itapipoca
Foto: FOTO: ELLEN FREITAS

Moradores da cidade de Itapipoca, no Norte do Ceará, reclamam da falta de água, em alguns bairros, há mais de dez dias. O bairro Ladeira é um dos mais afetadas. O fornecimento é alternado entre quatro dias e somente por algumas horas a água chega nas torneiras.

O bairro da Ladeira é uma das áreas mais elevadas da cidade A interrupção no abastecimento “está constante e nada é resolvido, apesar de muitas reclamações feitas no escritório local da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará)”, pontou o taxista, Júnior Teixeira.

Mesmo os moradores que dispõem de caixa d’água são afetados. “Depois de dois dias, sem abastecimento regular, a água se acaba”, disse o aposentado, Enéas Campos. Quem não tem reservatório sofre mais com o problema. É o caso da dona de casa Luciana Alves. “A gente não tem caixa, não tem condições de está comprando água e pagando a conta todo mês da Cagece”.

O autônomo, Carlos Oliveira, morador da rua José Maria das Neves, no bairro Ladeira, disse que o problema começou “depois que operários da Cagece instalaram uma válvula no sistema de distribuição”. Júnior Teixeira lembrou que a falta de água ocorre desde o ano passado, mas que nos últimos dois meses se agravou.

O gerente da Unidade de Negócios da Cagece da Bacia Curu-Paraipaba, Edmilson Macedo, esclareceu que o problema decorre da falta de água na Fonte Garapas e que “é preciso transpor de uma outra Estação de Tratamento de Água (ETA) distante cerca de cinco quilômetros, que também abastece outros bairros, por isso a água perde pressão e demora até dois, três dias para normalizar”.

Itapipoca tem três açudes com elevada segurança hídrica – Gameleira (75%), Poço Verde (69%), Quandú (48%) – segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Edmilson Macedo reforçou que hoje o problema no bairro está normalizado, mas quando “ocorre vazamentos na adutora ou um outro problema, a falta de água volta a ocorrer”. Ele frisou, entretanto, que nessa época do ano o consumo aumenta em média 50% por causa do calor.

A Cagece vai realizar no início de 2021 uma licitação para dobrar a capacidade de oferta de água da ETA, que é de 500m3/hora. “Temos projeto de melhoria da rede de abastecimento e a partir do próximo ano essas obras devem ser executadas”, pontuou o gerente regional da Cagece. “Essas são as nossas alternativas para resolver esse problema”.