Juazeiro do Norte registra aumento de 20% nas exportações no primeiro semestre
Apesar do crescimento, o número ainda é pequeno se comparado a outros municípios cearenses
Seguindo a tendência no Estado, as exportações em Juazeiro do Norte apresentaram um crescimento no primeiro semestre de 2021, em relação ao ano passado. As vendas de janeiro a junho deste ano alcançaram US$ 236,009, enquanto em igual período de 2020 aparece com US$ 196.558, um acréscimo de aproximadamente 20%. Os dados são do Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados comércio exterior brasileiro, disponibilizado pelo Ministério da Economia.
Do outro lado da balança, a terra do Padre Cícero também teve um aumento de 64,2% nas importações, chegando a US$ 1.899.942 no primeiro semestre de 2021, superando US$ 1.157.062 em igual período do ano passado.
A maior parte dos produtos exportados segue sendo os calçados, tendo como principais mercados os países da América Latina, como Paraguai (US$86.651,00), Bolívia (US$ 60.192,00), Peru (US$ 29.171,00) e Costa Rica (US$ 27.240,00). De forma mais discreta, também atingiu países como Portugal (US$ 15.332,00), Estados Unidos (US$ 9.744,00) e França (US$ 6.013,00).
Empresário do setor calçadista, Abelito Sampaio enxergou que a paralisação causada pela pandemia das exportações, ainda em 2020, fez a procura ser maior durante o retorno das atividades.
“O dólar valorizado também contribuiu. A retração foi tão grande que, quando voltou, apareceram muitos clientes no final de 2020”.
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Números ainda discretos
Apesar do crescimento, a parcela de exportações de Juazeiro do Norte em relação a outros municípios cearenses ainda é pequena, ficando atrás de municípios menores do Cariri, como Brejo Santo (US$ 3.834.487), Crato (US$ 2578.066) e Barbalha (US$ 467.159). Apesar de notável polo calçadista, que antes da pandemia registrava cerca de 250 indústrias e aproximadamente 15 mil empregos diretos gerados, o principal mercado ainda é interno, com vendas para São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Para alavancar estes números, o atual titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte (Sedeci), Wilson Soares, apresentou nesta semana, em audiência pública, um planejamento sugerido para o desenvolvimento econômico com atenção especial ao setor industrial. A ideia é, em parceria com os industriários, trazer um especialista em aduaneira para ajudá-los.
“Nós sabemos do custo elevado de trazer esses profissionais e existe interesse em muitos empresários de fazer exportação, mas não tem condições disso individualmente”.
A proposta é que a Sedeci dê o suporte financeiro para a contratação deste profissional e, com isso, trazer também um escritório internacional que agilize a emissão dos certificados e selos de exportação para os empreendedores do Município. “Vamos diminuir os gastos com os profissionais e reduzir esse processo, que é burocrático, melhorando as condições de quem já exporta e dos que não fazem”, completa Soares.
Mais admissões
Mesmo com uma exportação ainda discreta, Juazeiro do Norte registrou 7.026 admissões na indústria durante o primeiro semestre, número bem acima dos desligamentos neste mesmo período, que foi de 5.428, segundo o Observatório da Indústria, ferramenta do Ministério da Economia. O saldo positivo é de 1.598 trabalhadores.
Apenas no mês de março, o número de demissões superou o ingresso de novos empregados, quando registrou 1.443 desligamentos contra 1.394 admissões. Por outro lado, janeiro foi o mês com maior número de contratados, somando 1.564.
Brejo Santo lidera no Cariri
Município que maior exporta na região do Cariri, Brejo Santo somou US$ 3.834.487 no comercio exterior no primeiro semestre, que representa um crescimento de 30,30% em relação aos seis primeiros meses de 2020, onde acumulou US$ 2.942.777. Os bons números se devem, principalmente, a uma indústria de calçados e artigos esportivos representante de importantes marcas do setor.
Ao avaliar os números, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Brejo Santo, Jerônimo Freire, enxerga os dois primeiros meses mais desafiadores, nos quais, inclusive, 2020 chega a superá-los. Porém, com um controle maior da pandemia da covid-19, vê um reaquecimento nos últimos dois meses.
“Há um avanço na vacinação e como a indústria implantada tem foco em exportação e os países que mais compram as atividades voltaram mais rápido, o comércio exterior aconteceu na mesma velocidade”.
Os principais mercados são França, Argentina e Estados Unidos.
Hoje, o município soma 2.380 trabalhadores na indústria, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) até o último mês de maio. Mesmo assim, a meta é ampliar esse número.
“A Prefeitura vem trabalhando na capacitação e comunicação para encaminhar estes profissionais. Outro ponto, é buscar novas indústrias para investir na cidade, que se tornou atrativa por sua localização geográfica e a pujança comercial”, completa Freire.