Câmara Federal debate sobre desarmamento no Interior

Ao defender o direito de a população poder se armar, o deputado Jair Bolsonaro foi aplaudido pela plateia

Escrito por Redação ,

Quixadá Diante de um auditório lotado, o deputado federal Jair Bolsonaro conquistou mais admiradores e apoiadores à proposta de revogação do Estatuto do Desarmamento. O apoio foi confirmado após a realização do quarto debate promovido pela Comissão Especial da Câmara Federal do Projeto de Lei 3722/12 no Ceará, realizado na Câmara de Vereadores de Quixadá. No encontro público, representantes da Câmara Federal defendem pontos de vista a favor e contra mudanças na Lei 10.826, sancionada em 2003.

Acompanhado do deputado Cabo Sabino e de uma comitiva formada por muitos militares, Bolsonaro apresentou uma série de argumentos para a necessidade de mudanças no Estatuto do Desarmamento. A cada justificativa, o militar reformando era aplaudido. Do ponto de vista dele, o poder público não é capaz de dar segurança aos cidadãos, daí a necessidade de buscarem meios para assegurarem um mínimo de segurança, defenderem suas vidas e dos seus. Possuir uma arma de fogo é uma delas.

Contrário

Outro debatedor, o deputado Luiz Bassuma, contrário ao armamento de Bolsonaro, defende o empenho do Congresso em cobrar dos governantes o melhor aparelhamento das forças de segurança pública e punição mais rigorosa para quem possui porte de armas de fogo ilegalmente, como forma de reduzir a violência do Brasil, muito elevada. "Antes do surgimento do Estatuto, o número de mortes por armas letais crescia no Brasil em média 8% ao ano. Após 2003, esses números caíram para 0,3%", ressaltou.

A maioria dos expectadores presentes no auditório da Câmara Municipal foi favor de mais rigor no desarmamento. A maioria aguardava o pronunciamento polêmico de Bolsonaro, já em pleno clima de campanha presidencial.

Jovens

Além do grande número de policiais, principalmente militares, de todas as patentes, era grande o de jovens, que prestigiaram o debate, que se prolongou por mais de três horas de duração. Segundo o empresário Gustavo Fruet, presidente da Federação Cearense de Caça e Tiro e proprietário do Snyper Clube, nunca a procura por cursos de tiro foi tão grande no Estado.

Diante da violência crescente, as pessoas buscam um meio de defesa, e as armas, principalmente revólveres e pistolas, são alternativas viáveis. Mas, mesmo para possuir uma arma em casa, é preciso saber manuseá-la. Na opinião dele, a Lei não deveria complicar tanto para quem apenas pretende se defender. No cenário atual, as mudanças são necessárias, acrescenta.

Morte

A organização da Comissão Especial do Projeto de Lei 3722/12 informou que mais debates serão realizados no Ceará. O próximo local ainda não foi escolhido. O debate já passou por Fortaleza, Sobral e antes por Juazeiro do Norte. Coincidência ou não, enquanto o debate era iniciado em Quixadá, mais um policial militar morria, no Cariri. Era o soldado Cícero Soares da Silva, 34 anos. Ele foi baleado no dia 4 de agosto passado, quando reagiu a uma tentativa de assalto a um supermercado, em Barbalha. Cícero estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Vicente de Paulo. Ele foi o oitavo agente da segurança pública do Estado assassinado este ano no Ceará.

Alex Pimentel
Colaborador