Adolescentes escrevem cartas de apoio a profissionais de saúde em Juazeiro do Norte: “não desistam"
Alunos de uma escola pública fizeram as mensagens para agradecer o trabalho de quem está na linha de frente de combate à Covid-19
“Não desistam porque eu também não vou desistir”. É assim que Denise Fêlix, de 13 anos, expressa apoio aos médicos em carta escrita à mão, com caneta de tinta azul, numa folha de caderno — datada em 17 de março último.
Uma entre outras 40 missivas feitas por estudantes de uma escola pública para agradecer o trabalho dos profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate à Covid-19, no Hospital Regional de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.
As mensagens foram escritas por alunos do 8° ano, da Escola de Ensino Fundamental Manoel da Castro, para exercitar o gênero textual durante as aulas de Língua Portuguesa.
De acordo com a professora Lilian Germana, que coordenou o projeto escolar, a turma possui 39 alunos, mas alguns “se empolgaram e acabaram escrevendo mais de uma carta”.
“Estávamos trabalhando o gênero e uma metodologia eficaz é quando tem para quem escrevê-las. Como tem sido muito difícil para esses jovens enfrentar esse momento, temos debatido o assunto e começamos olhar também o lado desses profissionais”, explica a decisão de destinar as missivas à categoria.
Os adolescentes escolheram quais equipes queriam homenagear: médicos, enfermeiros, técnicos, motoristas de ambulância e outras profissões. Após a escolha, tiveram a liberdade para fazer desenhos, músicas e outras formas de expressão.
Inspiração
Nas cartas (ver abaixo), as mensagens de agradecimento e admiração se multiplicam. Para Denise, citada no início desta reportagem, essa foi a primeira prática de escrita que ultrapassou os muros da escola.
“Foi muito dificultoso no começo. Eu não sabia como fazer, mas foi legal. Escrevi para eles não desistirem, que eu quero ser médica, e eles são minha inspiração”, conta.
O pai da adolescente, o auxiliar de serviços gerais Daniel Costa, detalha que o período de isolamento social trouxe muitos desafios na vida escolar da filha.
“ Embora seja uma zona rural, num sítio, não faltou estrutura, mas tem sido difícil acompanhar e orientar como deve ser feito”, diz, ponderando que foi uma boa experiência para Denise.
Veja as cartas: