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Senadores cearenses divergem sobre prorrogação da CPI da Pandemia; veja as posições

Cid Gomes e Tasso Jereissati subscreveram o documento. Eduardo Girão não assinou o pedido

Escrito por Felipe Azevedo ,
Montagem com os senadores Tasso Jereissati, Cid Gomes e Eduardo Girão
Legenda: Tasso e Cid assinaram o requerimento de renovação. Girão, por sua vez, não assinou o documento, mas diz não se opor à continuidade da CPI.
Foto: Reprodução

Dois dos três senadores cearenses assinaram o requerimento que prorroga a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia por mais 90 dias. Cid Gomes (PDT) e Tasso Jereissati (PSDB) se posicionaram a favor do documento proposto pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (REDE-AP). 

Colocando-se como independente - ou seja, nem governista nem oposição -, o senador cearense Eduardo Girão (Podemos) não assinou o requerimento. Em nota, no entanto, o parlamentar argumenta que não se opõe à possível renovação da CPI, "mas é preciso corrigir os rumos da comissão".

"Meu requerimento que deu origem à CPI falava claramente de investigar todos os níveis do Poder Executivo, mas nos primeiros 60 dias de atividade não foi isso o que vimos", disse o parlamentar.

"Recentemente surgiram informações envolvendo o governo federal. Defendo que investiguemos, sem pré-julgamentos e com serenidade. O mesmo procedimento deve ser adotado com os indícios de corrupção em estados e municípios"
Eduardo Girão
Senador (Podemos)

Nas redes sociais, o também senador cearense Cid Gomes (PDT) se posicionou a favor da prorrogação por entender que ainda há o que se investigar em relação à atuação do governo Bolsonaro na Pandemia.

Para que haja renovação automática, o requerimento precisa ter, ao menos, 21 assinaturas dos 81 senadores. Na manhã desta terça (29), de acordo com o presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM), já havia número necessário.

A expectativa, segundo ele, é que 40 parlamentares assinem pela renovação dos trabalhos por mais três meses. 

Com o prazo inicial de 90 dias, a comissão está atualmente programada para encerrar no dia 7 de agosto. No pedido, Randolfe pondera que o prazo atual seria insuficiente e afirmou ser "imperativo" prorrogar as atividades.

Polêmica da Covaxin 

A CPI, nesta nova fase, busca investigar a ligação do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), com a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde, entre elas a Covaxin, pivô dos embates na comissão na última semana.

A nova linha de apuração é discutida após os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar, na última sexta-feira, 25.

Luis Miranda disse ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro o nome de Ricardo Barros quando o alertou sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Barros nega irregularidades.

Lista de senadores que assinaram requerimento até às 10h21 de terça-feira (29)

1. Randolfe Rodrigues
2. Jorge Kajuru
3. Izalci Lucas
4. Omar Aziz
5. Eliziane Gama
6. Fabiano Contarato
7. Weverton
8. Flávio Arns
9. Mara Gabrilli
10. Alessandro Vieira
11. Zenaide Maia
12. Tasso Jereissati
13. Plínio Valério
14. Otto Alencar
15. Oriovisto Guimarães
16. Leila Barros
17. Jaques Wagner
18. José Serra
19. Renan Calheiros
20. Paulo Paim
21. Humberto Costa
22. Paulo Rocha
23. Rogério Carvalho
24. Jean Paul
25. Veneziano
26. Simone Tebet
27. Cid Gomes
28. Nilda Gondim
29. Reguffe
30. Rodrigo Cunha
31. Eduardo Braga
32. Jarbas Vasconcelos

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