Governo rebate críticas de suposta ideologia política na prova do Enem
Camilo foi convidado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal para esclarecer sobre questões da prova deste ano
Após ser convidado para ir à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal prestar esclarecimentos sobre a "politização das provas do Enem de 2023”, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), rebateu críticas sobre uma suposta ideologia política expressa na prova.
Em entrevista coletiva na noite deste domingo (12), após o segundo dia de Exame, o petista disse que está à disposição do Congresso Nacional.
“Vou reforçar que não há a menor possibilidade de interferência do Governo em relação a elaboração, aliás, vou reforçar o que o presidente do Inep já disse, foi um edital público de professores independentes realizado em 2020, não foi por este governo, e não há interferência por parte deste Governo na elaboração nem da validação dos questionamentos”
Os mais insatisfeitos com as questões do Enem são integrantes do agronegócio, principalmente parlamentares ligados ao setor. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) chegou a divulgar uma nota pedindo a anulação de três questões por serem, supostamente, “mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica".
Uma das questões abordou os fatores negativos do agronegócio no Cerrado, outra tratou sobre a nova corrida espacial financiada por bilionários e, por fim, uma terceira questão trazia como mote o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.
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Questão anulada
Ainda na coletiva deste domingo, Camilo Santana informou sobre a anulação de uma questão repetida na prova deste ano que havia aparecido no Enem de 2010 para pessoas privadas de liberdade. Trata-se da pergunta número 117 da prova amarela, 164 da azul, 93 da rosa e 115 da cinza.
Manuel Palácios, presidente do Inep, disse que o Governo Federal irá promover investimentos no próximo ano para amenizar um problema histórico do Enem: a dificuldade de ter um amplo banco de questões.
“Teremos um novo edital em janeiro para seleção de elaboradores e revisores, faremos um esforço mais significativo de mobilização das nossas universidades e das coordenações pedagógica das diferentes secretarias da Educação para que possamos reunir um grupo de elaboradores e revisores mais significativo, além de promover uma participação mais sistemáticas desses elaboradores na construção de novos itens para, com isso, ter um banco de itens mais robusto para a realização do Enem”, concluiu.