Eduardo Leite denuncia Jean Wyllys por homofobia no MP
Discussão entre os Leite e Wyllys iniciou a partir de debate sobre escolas civico-militares
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), denunciou no Ministério Público o ex-deputado federal Jean Wyllys por homofobia. Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quinta-feira (20), Leite disse que intolerância não pode ser aceita, "do lado que vier". A discussão entre os dois iniciou após o estado gaúcho decidir manter escolas cívico-militares.
A denúncia foi feita nessa quarta-feira (19), após uma discussão de Leite e Wyllys no Twitter. O ex-deputado federal do Psol criticava a decisão do chefe do executivo gaúcho de manter escolas cívico-militares. "Gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes", escreveu Wyllys.
Leite, por sua vez, rebateu a crítica do ex-deputado federal. "Não interessa se é da direita ou da esquerda. Não interessa a cor da bandeira que carrega. O que importa é que homofobia, preconceito, discriminação não podem ser tolerados. A sociedade que a gente defende é uma sociedade de respeito, de tolerância, em que as pessoas sejam julgadas pelo seu caráter, pela sua capacidade, pela sua honestidade, não pela cor da pele, não pela crença religiosa, não pela orientação sexual", disse em vídeo.
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Discussão entre Wyllys e Leite
Os políticos iniciaram a discussão na última sexta-feira (14), no Twitter. Leite publicou o print de uma reportagem do g1 informando que o estado gaúcho manteria escolas cívicos-militares. O Rio Grande do Sul conta com 18 instituições nesse modelo.
Wyllys criticou a decisão vinda de um político assumidamente gay, justificando que a decisão se tratava de "homofobia internalizada".
"Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…?", escreveu.
Leite, por sua vez, disse lamentar a "ignorância" do ex-deputado e rebateu. "Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância", escreveu.
O que são escolas cívico-militares
São escolas públicas comuns, mas com aplicação de um modelo distinto de gestão. As instituições que aderiram ao Pecim contam com a presença de militares trabalhando na área administrativa, e com verba para adequações de estrutura.
A atuação na área educacional é “mais expressiva em atividades extraclasses, sob a liderança da direção da escola”, como pontuava a gestão anterior do MEC.
“Os militares não atuam em sala de aula, são apoio no acolhimento e preparo dos alunos na entrada dos turnos, no intervalo de aulas e nos períodos de encerramento dos turnos”, complementava o órgão.