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Bolsonaro diz que Ciro apoiou André e não se envolveu em campanha para 'não atrapalhar' aliado

Segundo ex-presidente, o candidato do PL em Fortaleza ficou "livre, leve e solto"

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Bolsonaro e André
Legenda: Última vez que Bolsonaro esteve em Fortaleza para um ato de campanha de André foi em agosto, ainda na campanha para o primeiro turno.
Foto: Ismael Soares

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) falou nesta terça-feira (29), em entrevista concedida a jornalistas durante uma visita que fez ao gabinete da oposição no Senado Federal, os motivos para não ter se envolvido na campanha de André Fernandes (PL) em Fortaleza.  Segundo o político, que destacou o apoio de Ciro Gomes (PDT) ao candidato derrotado do PL na Capital cearense, ele não quis marcar presença em atos de campanha no segundo turno para não atrapalhar o aliado.

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“Abrindo o jogo aqui, começou o Ciro apoiando, a esquerda apoiando. Se eu fosse lá, na reta final, poderia atrapalhá-lo. Então deixei ele livre, leve e solto”, explicou Jair Bolsonaro à imprensa.

No entanto, ponderou o ex-chefe do Executivo, a largada da campanha se deu com o seu apoio. “Agora o 'v0' (em referência à 'velocidade inicial', à largada), toda sua velocidade inicial, foi comigo”, frisou. 

Apesar do distanciamento no decorrer da corrida eleitoral, Bolsonaro esclareceu que mantém o vínculo com André Fernandes. “E continuamos amigos. Fico muito feliz em ver uma jovem liderança dessa, de direita, despontando no Nordeste”, enfatizou.

Indagado se dialogou com Ciro, que é vice-presidente nacional do PDT, o ex-presidente pontuou que ele e o adversário na Eleição de 2022 não tiveram nenhum tipo de conversa. “Gostaria de conversar com ele, não sei se quer conversar comigo. Mas conversaria com ele, sem problemas”, finalizou.

Versão de André Fernandes

Em setembro, quando participou de uma sabatina promovida pelo PontoPoder, Fernandes reiterou a aliança com Bolsonaro e minimizou dados que mostravam uma baixa vinculação de votos entre o líder do partido e a campanha aliada. Na ocasião, a pesquisa Quaest apontou uma transferência de 26% de votos no caso de Bolsonaro.

André alegou que usava o ex-presidente nas peças eleitorais e que pretendia ampliar a associação com ele em vídeos gravados. Mas, o então candidato ressaltou que ele seria o destaque da campanha. 

“Agora, o que eu gosto sempre de deixar claro, sempre registrado, é que o candidato sou eu. Eu que estou aqui em Fortaleza, construindo o plano de governo junto ao povo, visitando os bairros”, defendeu.

Apoio 'velado'

Ciro Gomes não participou de atividades de campanha de Fernandes e nem declarou publicamente seu apoio ao então postulante durante a eleição deste ano. Entretanto, utilizou as redes sociais para tecer comentários contra Evandro Leitão (PT) por diversas vezes no segundo turno.

Numa dessas situações, em um comentário em uma página de humor que repercutiu o último debate promovido pela TV Verdes Mares entre os candidatos à prefeitura, na sexta-feira (25), o ex-governador do Ceará chamou Evandro de “ridículo”.

O ex-prefeito de Fortaleza e presidente municipal da legenda, Roberto Cláudio (PDT), um dos aliados mais próximos de Ciro, entrou de cabeça na campanha do candidato do PL. 

Correligionários, insatisfeitos com a postura de Ciro, apontam um “apoio velado” dele ao PL na etapa final da disputa na cidade, após a derrota de José Sarto (PDT) no primeiro turno.

A ala insatisfeita pede a expulsão do membro do clã Ferreira Gomes. A possibilidade, entretanto, foi descartada pelo presidente nacional interino do PDT, o deputado federal André Figueiredo (PDT).

A reportagem do Diário do Nordeste procurou a assessoria de comunicação de Ciro Gomes a fim de obter uma posição sobre a declaração de Jair Bolsonaro e a acusação de apoio feita por colegas do PDT. Não houve resposta até a publicação desta matéria. O conteúdo será atualizado caso haja uma devolutiva. 

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