Maia encontra embaixador chinês e diz que razões técnicas atrasam importação de insumo para vacina
A demora na chegada do IFA deve atrasar a fabricação da Coronavac e do imunizante de Oxford/Astrazeneca
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (20), após reunião com o embaixador da China, Yang Wanming, que o atraso na exportação de insumos para a produção de vacinas no Brasil ocorre por razões "técnicas" e não políticas.
"O embaixador deixou claro que não há nenhum obstáculo político, que foi a tramitação técnica que atrasou um pouco, mas que eles estão trabalhando junto com o governo, de forma clara, pela aceleração [da exportação] dos insumos para o Brasil", afirmou Maia depois da conversa, antecipada pela coluna Monica Bergamo.
A demora na chegada do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) deve atrasar a fabricação da Coronavac pelo Instituto Butantan e do imunizante de Oxford/Astrazeneca, que será produzido pela Fiocruz.
Em documento enviado nesta terça (19) ao Ministério Público Federal, a Fiocruz prevê que só deve entregar no início de março as primeiras doses da vacina de Oxford/AstraZeneca produzidas no Brasil, já que a chegada de insumos da China atrasou. A promessa anterior, feita no final de dezembro, era fornecer o primeiro lote do imunizante por volta de 8 de fevereiro.
O insumo está pronto para ser embarcado ao Brasil, mas o governo chinês ainda não liberou o envio. Segundo Maia, os entraves técnicos envolvem justamente burocracias ligadas à exportação da carga.
O deputado disse não haver prazo para a entrega dos produtos, mas afirmou haver "claramente" um empenho do governo e da embaixada chinesa para o material chegar "o mais rápido possível" no Brasil.
"Tenho certeza que o diálogo que tem sido feito do governo de São Paulo [com a China] e a preocupação e importância que tem para a China a relação bilateral com o Brasil vai fazer com que a gente consiga avançar o mais rápido possível não apenas para a importação dos insumos para a vacina do Butantan como a da Fiocruz."
Maia ainda afirmou que no momento é preciso ignorar "conflitos políticos" como o que há entre os governos brasileiro e o chinês e disse que quem tiver "boa relação" com a China "pode e deve ajudar".