Governadores vão comprar CoronaVac caso Ministério se omita, diz presidente do Consórcio Nordeste

"Não sendo possível pelo Ministério da Saúde, a compra (da CoronaVac) será através dos estados", afirmou Dias após ligar para governadores do País

Escrito por Alessandra Castro ,
Vacina da CoronaVac foi a primeira usada na vacinação contra a Covid-19 no Brasil
Legenda: Vacina da CoronaVac foi a primeira usada na vacinação contra a Covid-19 no Brasil
Foto: AFP

Após o Governo de São Paulo cogitar negociar vacinas da CoronaVac produzidas pelo Instituto Butantan com países vizinhos, caso o Ministério da Saúde não feche a aquisição de outras 54 milhões doses previstas em adendo de contrato; o presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do tema da vacina no Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT-PI), disse que os chefes dos Executivos Estaduais irão comprar os imunizantes se for necessário.  

"Essa vacina, nós vamos querer para o Brasil. Em primeiro lugar, queremos a compra pelo Ministério (da Saúde). Não sendo possível pelo Ministério da Saúde, a compra será através dos estados", afirmou Dias, que também é governador do Piauí, após ligar para vários chefes do Executivo do Brasil para tratar sobre o assunto. 

No entanto, ele não deu detalhes sobre a possibilidade da compra, como prazos para se reunir com o Butantan e quanto devem custar os 54 milhões de doses da CoronaVac. 

Governador do Piauí, Wellington Dias, fala sobre compra da Coronavac
Legenda: Dias não deu detalhes sobre a possibilidade da compra da Coronavac, como prazos para se reunir com o Butantan e quanto deve custar as 54 milhões de doses
Foto: Reprodução

Na tarde desta quinta-feira (28), o governador João Doria publicou em rede social que, determinou que o Butantan forneça as doses adicionais da CoronaVac "prioritariamente aos estados e municípios do Brasil". O País tem pressa em salvar vidas. E nós em vacinarmos os brasileiros", escreveu.

Cobrança por vacina no Ceará

Nesta quinta-feira (28), o deputado estadual cearense Heitor Férrer (SD) repercutiu a polêmica. Ele solicitou ao governador Camilo Santana (PT) que garanta as vacinas para o Ceará diante dos impasses. 

Ainda na noite desta quinta, o governador Camilo Santana informou que voltou a manifestar interesse em adquirir mais doses da vacina ao Instituto Butantan. A declaração foi dada via rede social.

"O Governador de São Paulo ameaçar exportar 50 milhões de doses da CoronaVac se o Ministério da Saúde não se pronunciar sobre a compra. Agora ele (João Doria) diz que, se os governadores quiserem, ele vende aos estados. Portanto, Camilo Santana, não deixe de comprar essas doses para o Ceará”, pede, em vídeo nas redes sociais.  

Polêmica com Ministério da Saúde

A polêmica sobre os 54 milhões de doses da CoronaVac a serem produzidas pelo Butantan começou na quarta-feira (27), após o diretor do Instituto, Dimas Covas, informar que aguarda até final desta semana uma resposta do Ministério da Saúde sobre a aquisição dos imunizantes, tendo em vista que também negocia com países vizinhos. Nesta quinta, inclusive, ele reforçou a cobrança e disse que poderia pactuar os imunobiológicos com os estados. 

A Pasta assinou um contrato com o Instituto para que inicialmente fossem produzidas 46 milhões de doses para o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 até abril. No entanto, o acordo permite um adicional de 54 milhões de doses para totalizar 100 milhões a serem entregues neste ano.  

Contágio no Carnaval 

Wellington Dias destacou, ainda, que os governadores do Nordeste estão adotando medidas para frear o contágio do novo coronavírus no período de Carnaval.

"Invariavelmente, em diferentes regiões de saúde de cada estados, tivemos crescimento na transmissibilidade, ocupação de leitos. Então, nós já suspendemos o ponto facultativo nesse feriado, estamos com barreiras em aeroportos", frisou o governador. 

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