Em reunião ministerial, Bolsonaro confirma primeira visita ao Ceará

A vinda ao Estado está prevista para o dia 20 de junho, quando deve ocorrer a chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco ao Ceará ao Município de Jati. Por enquanto, não há detalhes sobre a agenda do presidente

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Legenda: Outras pautas também foram tratadas na reunião ministerial de ontem, que foi televisionada
Foto: Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, nestaterça-feira (9), durante reunião ministerial, vinda ao Ceará. A visita, que é a primeira ao Estado desde que assumiu a Presidência da República, deve ocorrer no próximo dia 20 de junho para acompanhar a chegada das águas do Rio São Francisco ao município cearense de Jati, a ser viabilizada pela obra da Transposição.

Aliados de Jair Bolsonaro no Ceará não participaram das articulações para a vinda do presidente, mas foram informados da visita. A agenda, por enquanto, não foi divulgada nem a parlamentares mais próximos ao Palácio do Planalto, mas correligionários bolsonaristas pretendem participar do evento em Jati.

Conforme antecipado pelo Diário do Nordeste, ainda em maio, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, havia anunciado a vinda do presidente ao Ceará. De acordo com a Pasta, os últimos serviços para garantir a funcionalidade do empreendimento até o reservatório de Jati seriam concluídos até o fim de maio, permitindo que as águas da Transposição cheguem ao Estado em meados de junho.

Anteriormente, a chegada das águas ao Ceará estava prevista para março, mas problemas técnicos na barragem de Negreiros, localizada em Salgueiro (PE), atrasaram, outra vez, o envio da água para o reservatório de Milagres (PE) - última barragem a receber as águas da transposição antes do Ceará - para Jati, no Cariri.

Obras

Ainda na reunião ministerial, Marinho ressaltou a importância da segurança hídrica quando o tema é desenvolvimento econômico e disse que o Governo não deixará obra parada, ressaltando que as obras sob o comando da Pasta não pararam durante a pandemia de Covid-19.

Elas seguem em execução, disse ele, com os devidos cuidados para evitar o contágio. "Não paramos nossa agenda habitacional e a cada semana entregamos entre 2 a 3 mil moradias aos estados", acrescentou Bolsonaro. Mas a "espinha dorsal" do crescimento econômico é a segurança hídrica, defendeu. "Após 500 anos de Brasil, vamos em 20 de junho ao Ceará comemorar a chegada das águas do São Francisco àquele Estado", ressaltou.

Auxílio

O encontro entre os ministros de Governo Bolsonaro, que ocorreu na manhã de ontem e foi televisionado, debateu outros temas de interesse do Executivo neste período de pandemia, entre eles a extensão do auxílio emergencial. O presidente anunciou que as duas novas parcelas do auxílio emergencial serão de R$ 300 mensais, mas disse que está disposto a aumentar o valor se os parlamentares aceitarem diminuir os próprios salários como medida de compensação. O ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou que essa extensão marcará o período necessário para que haja uma organização do "retorno seguro ao trabalho".

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que uma redução no benefício precisará passar pelo Legislativo. "O Governo tem autorização para renovar a renda emergencial pelo mesmo valor, a lei não permite reduzir o valor. Se o Governo for reduzir o valor, precisa encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta", declarou. Ele sugeriu um corte linear nos salários de membros dos três Poderes para bancar o benefício no valor de R$ 600 por mais tempo.

Bolsonaro aproveitou a reunião ministerial para questionar orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e defender o fim do isolamento. O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, por sua vez, buscou justificar a mudança na contagem dos casos e óbitos que gerou forte reação nos últimos dias.

Julgamento no TSE adiado

Mais uma vez, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a conclusão do julgamento de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que pedem a cassação dos mandatos do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) e de seu vice, Hamilton Mourão (PRTB). A sessão foi adiada por conta de um novo pedido de vistas, desta vez do ministro Alexandre de Moraes. Até o momento, cinco dos sete ministros do Pleno da Corte já votaram no julgamento, sendo três a favor da produção de prova pericial e material para identificar os envolvidos em ataque hacker apontado nas ações e dois contrários, a favor da improcedência e arquivamento das Aijes.

 

 

 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados