Doria chama gestão da pandemia de 'descaso', e Queiroga diz que governador está em 'palanque'
O tucano e o ministro da Saúde trocaram alfinetadas sobre a distribuição das vacinas contra a Covid-19
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a usar as redes sociais para criticar o governo federal. O tucano chamou de "descaso" o modo como a gestão lida com a pandemia de Covid-19. A declaração, contudo, foi rebatida pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que julgou o posicionamento do opositor de Jair Bolsonaro como "palanque".
"Descaso com a vida dos brasileiros. Ontem, o Ministério da Saúde recebeu 936 mil doses da vacina Pfizer em Viracopos (SP). Surpreendentemente, até agora SP não recebeu nenhuma dose. A resposta do MS é que hoje (03/06) é feriado. Pelo visto, para o governo federal vidas não importam", disse Doria no Twiter.
Em resposta ao tucano, Queiroga orientou que ele buscasse informações sobre a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) antes de emitir qualquer tipo de comunicado.
Na prática, a CIT envolve gestores nacionais, estaduais e municipais, além de membros do Ministério da Saúde, que são responsáveis por parte da administração do Sistema Único de Saúde (SUS) e tomam decisões em consenso.
"Senhor governador, antes de emitir esse tipo de comunicado, informe-se com seu secretário de Saúde como funciona a tripartite. Daí, conversamos. Pare de palanque. Precisamos unir o Brasil", afirmou.
Doria, então, condenou a falta de envio de imunizantes aos estados. "Ministro, hoje o Brasil registrou 2 mil mortes. É uma vergonha o sr achar normal guardar vacina na prateleira porque é feriado. Tripartite pra mim é vacina no braço. Somos servidores públicos. Temos a missão de vacinar os brasileiros com urgência", finalizou.
Novas doses
O Brasil e ao menos outros 12 países da América Latina receberão nas próximas semanas uma doação de 6 milhões de vacinas contra a Covid-19. As doses serão distribuídas pelos Estados Unidos, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (3) pelo presidente Joe Biden. O compartilhamento dos imunizantes deverá ser feito através do consórcio Covax Facility.
A previsão inicial informada por Biden era de enviar 60 milhões de doses, mas o número foi atualizado para 80 milhões. O 1º lote encaminhado aos países, incluindo o Brasil, será de uma fatia de 25 milhões das vacinas AstraZeneca, Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson para mais de 40 nações.