CPI da Covid quebra sigilo telemático da cearense Mayra Pinheiro e outros investigados
A comissão tenta investigar a atuação do governo federal na compras de vacinas e “gabinete paralelo”
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado aprovou, nesta quinta-feira (10/6), requerimentos que pede a transferência dos sigilos telemático e telefônico de várias pessoas, entre elas, a cearense Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde, e os ex-ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Eduardo Pazuello, da Saúde.
Também foram aprovados pelos parlamentares a transferência de sigilo bancário e fiscal de empresas e entidades investigadas.
A médica cearense Mayra Pinheiro ocupa a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério e já prestou depoimento na CPI. Defensora do chamado tratamento precoce, que inclui, por exemplo, o uso de cloroquina em pacientes com covid-19, o nome dela foi citado por diversas vezes desde o início dos trabalhos na CPI.
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No depoimento, ela defendeu a autonomia dos médicos em prescreverem medicações sem eficácia comprovada e foi questionada pelos senadores. Em alguns pontos, as declarações dela apresentaram contradições em relação ao depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello.
Mais nomes investigados
Outros personagens citados ou ouvidos pela CPI também tiveram os sigilos quebrados como o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins; o empresário Carlos Wizard; e o virologista Paolo Zanotto.
Os requerimentos apresentados pelos parlamentares, e aprovados, tentam aprofundar as investigações sobre a atuação do governo federal no processo de compras de vacinas e identificar a operação de um suposto “gabinete paralelo” — um grupo que, segundo suspeita a CPI, assessorava o presidente Jair Bolsonaro na condução à pandemia.
Lista da quebra de sigilo
- Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde;
- Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República;
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
- Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde;
- Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos;
- Paolo Zanotto, médico;
- Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas;
- Luciano Dias Azevedo, médico;
- Hélio Angotti Neto, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde;
- Francisco Ferreira Filho, Coordenador do Comitê da Crise do Amazonas;
- Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos;
- Francieli Fontana Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI);
- Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde;
- Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde;
- Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
- Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde;
- Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU).
Empresas com quebra de sigilo bancário e fiscal
- Associação Dignidade Médica de Pernambuco;
- Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos;
- Calya/Y2 Propaganda e Marketing;
- Artplan Comunicação.