CPI da Covid-19 ouve médica defensora do tratamento precoce Nise Yamaguchi

Oncologista chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde no ano passado, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta

Escrito por Redação ,

A médica Nise Yamaguchi participa de oitiva na CPI da Covid-19 nesta terça-feira (1º). Oncologista e imunologista, além de diretora do Instituto Avanços em Medicina, de São Paulo, ela defende o chamado "tratamento precoce" para o novo coronavírus.   

O depoimento da profissional, que atende um requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), inicia às 9 horas.   

Acompanhe o depoimento  

No convite, o parlamentar lembra que, em depoimento à CPI, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse que, numa reunião com o Governo Federal, a pesquisadora defendeu alterar a bula da cloroquina. Sua intenção, segundo ele, seria definir o medicamento como eficaz contra o coronavírus. Barra Torres afirmou que, na ocasião, deixou clara sua recusa ao procedimento.  

Nise Yamaguchi
Legenda: A pesquisadora também deve ser questionada sobre sua participação no suposto “ministério paralelo”, grupo responsável o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por aconselhar em relação à pandemia
Foto: Agência Senado

"Agora, eu não tenho a informação de quem é o autor, quem foi que criou, quem teve a ideia. A doutora [Nise Yamaguchi], de fato, perguntou sobre essa possibilidade e pareceu estar, digamos, mobilizada com essa possibilidade", disse o diretor durante oitiva em 11 de maio.  

O convite da médica também atende pedido do senador Marcos Rogério (DEM-RO). Segundo ele, a audiência "será de importância singular para que [a pesquisadora] exponha sua atuação e conhecimentos, com o objetivo único de restabelecer a verdade, oferendo informações transparentes e esclarecedoras. Tem muito a colaborar".  

Yamaguchi chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde no ano passado, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta. O cargo, porém, ficaria com Nelson Teich

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Em julho de 2020, a oncologista e infectologista foi suspensa pelo Albert Einstein, segundo ela, devido à defesa da cloroquina e da hidroxicloroquina. No entanto, o hospital alegou que o motivo para a medida foi uma analogia “infeliz e infundada” da médica, que comparou o pânico provocado pela pandemia com o que era infligido às vítimas do Holocausto.  

Além dos polêmicos medicamentos, a médica deverá ser questionada sobre sua participação no suposto “ministério paralelo”, grupo de aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que seria responsável por aconselhamento em relação à pandemia, por fora da estrutura do Ministério da Saúde.   

Documentos entregues pela Casa Civil à CPI apontam a presença de Yamaguchi em pelo menos quatro reuniões realizadas no Palácio do Planalto para tratar da pandemia, de um total de no mínimo 24 encontros.  

CPI pode convocar CBF 

Após anúncio da realização da Copa América de 2021 no Brasil, o vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado, Randolfe Rodrigues, pediu a convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Cabloco, para prestar depoimento na Comissão. 

O requerimento foi protocolado na tarde de segunda-feira (31) e ainda será votado pelos integrantes da CPI. Se aprovado, Cabloco deverá esclarecer que medidas serão tomadas para garantir a segurança sanitária da população e das delegações esportivas, em razão de o evento acontecer durante a pandemia do novo coronavírus. 

Agenda da semana 

  • Terça-feira (1º): médica Nise Yamaguchi
  • Quarta-feira (2): ex-secretária de enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde Dra. Luana Araújo.
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