Coronel Gondim é o candidato do PSDC

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Manifestações em prol da segurança pública marcaram o lançamento da candidatura ao governo do Estado do coronel Francisco Horácio Marques Gondim (coronel Gondim), pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC). Em sua fala, Gondim fez críticas veladas a colegas de profissão que se lançaram na política, além de ter criticado a condução da política de segurança no Estado. No evento, o pré-candidato à presidência da República pelo PSDC, José Maria Eymael, prometeu criar um Ministério da Segurança Pública caso seja eleito presidente.

Sem dar nomes, Gondim mencionou dois políticos com carreira pregressa na área de segurança, um deles deputado estadual. “A imprensa promove mitos, gente que não prende ninguém e que o povo trouxe para a Assembléia. Outro que tem uma (arma de calibre) 45 e uma 12 sem ter feito nenhum flagrante (prisão no ato do crime)´. Os que ouviram a fala de Gondim diziam que ele estava se reportando ao deputado estadual Delegado Cavalcante (PSDB) e a Moroni Torgan, deputado federal do PFL. ´Tenho a honra de ter no corpo 18 atentados de projéteis sofridos na Polícia”, sentenciou o pré-candidato, que há 33 anos está na Polícia Militar.

Em solenidade realizada no Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, na manhã de ontem, foram anunciadas as pré-candidaturas de Gondim ao governo estadual e de Antônio Fernandes da Silva Filho ao Senado Federal. José Maria Eymael, presidente nacional do PSDC, acompanhou o anúncio, assim como alguns dos candidatos a deputado estadual e federal da legenda.

Gondim afirmou estar “surpreso” com o convite do PSDC para disputar o governo estadual. Ele relatou que fora convidado pelo presidente estadual do PFL, deputado federal Moroni Torgan, a ser um dos candidatos a deputado estadual da agremiação liberal. Ele recusou em favor da proposta do PSDC.

“Não tinha como me aliar às forças que sempre acabaram com a segurança pública nos últimos 26 anos”, disse, justificando não ter aceito a oferta de Torgan, cujo partido deverá se aliar ao PSDB por força da verticalização das coligações.

Gondim reiterou as críticas à gestão da segurança pública no Estado, afirmando haver malversação de recursos na área. “Começaram a repensar demais e a desviar dinheiro demais da segurança pública. Também sucatearam a estrutura policial”, apontou, afirmando ser uma tarefa “fácil” o policiamento do Estado. O pré-candidato também mostrou reservas às terceirizações no serviço público realizadas pelo Estado.

O pré-candidato do PSDC defendeu medidas como a redução da faixa etária para responsabilização penal de 18 para 16 anos e mudanças na Lei de Execuções Penais, segundo ele “uma verdadeira aberração”.

Reforçando o discurso voltado à repressão da violência, José Maria Eymael defendeu a criação de um Ministério da Segurança Pública. O pretenso candidato a presidente, que foi deputado federal de 1987 a 1994, fez um apanhado das suas contribuições à Constituição Federal de 1988.

ALIANÇAS - Eymael afirmou que o partido terá candidatos a governador em todos os Estados Brasileiros e no Distrito Federal. O presidente nacional do PSDC assegurou que todos os candidatos aos governos estaduais já estão escolhidos. Ao longo dos próximos dias, eles serão anunciados publicamente. Ainda ontem, Eymael embarcou para Pernambuco, para o lançamento da candidatura do vereador Luiz Vidal ao governo daquele Estado.

No Ceará, não há definição sobre o candidato a vice-governador na chapa de Gondim. Dirigentes do partido, à frente o seu presidente, deputado Gomes Farias, buscam apoio do PTN, legenda que esteve representada no evento de ontem. Em relação à eleição proporcional, a legenda espera conseguir 250 a 300 mil votos, suficientes para eleger dois deputados estaduais, na conta do presidente regional, deputado Gomes Farias.