Heitor Férrer e o retorno à Alece: 'Fizeram uma maldade ao Parlamento'

Histórico opositor em cargos legislativos no Ceará, o deputado volta à Assembleia após hiato de dois anos

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Legenda: Heitor vai para o sexto mandato de deputado estadual no Ceará
Foto: Máximo Moura/Alece

Após cumprir cinco mandatos consecutivos como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), entre 2003 e 2022, Heitor Férrer (União) passou dois anos fora do Parlamento depois de ter ficado na suplência na disputa eleitoral de 2022. 

Com a eleição de Oscar Rodrigues (União) para a Prefeitura de Sobral, Heitor retorna à Casa em 2025 como primeiro suplente do partido. Após uma temporada longe dos debates acalorados do Parlamento, ele garante que não mudou o perfil e que voltará o mesmo para um novo mandato.  

"O mesmo, a essência é a mesma", diz. 

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Em conversa com a coluna, Heitor lamenta como o Parlamento tem se configurado nos últimos anos.  

"Eu defendo e sempre defendi que fizeram uma maldade ao Parlamento quando ele foi dividido entre base do governo e oposição. A base apaixonada não vê defeito, e a oposição vê defeito em tudo", critica.  

Para Heitor, que se destacou quando vereador e deputado estadual como opositor a governos, defende que o Parlamento seja "uniformemente defensor da sociedade em todas a matérias enviadas pelo governo". "O parlamentar não pode ser apaixonado nem odiento. O apaixonado não vê defeito e odiento vê defeito em tudo", lamenta. 

'Independente' 

Nesse retorno, Heitor promete manter a independência e não apostar no quanto pior, melhor.  

"Vou me conduzir de forma independente, normalmente a tendência de ser oposição, mas preocupado sempre em dar governança. Ninguém pode apostar no quanto pior, melhor", situa. 

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Direita x Esquerda 

O deputado volta ao Parlamento após a cisão da aliança estadual entre PT e PDT. Ex-pedetista histórico, antes da chegada do grupo liderado pelo senador Cid Gomes à legenda – no qual foi um grande opositor nos dois governos estaduais, de 2007 a 2014 –, Férrer aponta incongruências entre os ex-aliados. 

"São dois grandes partidos que caminharam sempre juntos, mas que os interesses de cúpula terminam por colocá-los em disputa e ter uma visão diferente do que tinha há poucos dias. Tudo o que o PT faz é errado? E há pouco tempo não era tudo certo? Não era tudo aprovado com o voto do PDT?", provoca.  

O recado das urnas 

Heitor avalia também o avanço da direita em Fortaleza, com a quase vitória de André Fernandes (PL) na disputa pela Prefeitura da Capital cearense contra uma candidatura petista. 

"Tivemos uma disputa em Fortaleza de Lula e Bolsonaro novamente, foi uma reprise da eleição nacional. Mostrando aos de centro-esquerda que a prática política tem que melhorar. Se não melhorar, o povo quer resultado, principalmente na saúde, segurança pública e moradia. Se não melhorar nessas áreas, a tendência é de migração para quem promete milagres do outro lado. E, obviamente, pelas demandas não atendidas ganharam terreno".

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