Queimadas em alta
Agredida nos últimos anos pela irresponsabilidade e crescente ação humana, a natureza reage e revida. O aumento da temperatura, as secas e as enchentes que castigam diferentes regiões do nosso Brasil, dão a dimensão da guerra em que se transformou a relação do homem com o meio ambiente.
Essas queimadas ardem o chão da Amazônia, Pantanal, São Paulo e tantas outras regiões, pois as chamas se espalham por toda a parte, calcinando as plantações, deixando o solo degradado que, muitas das vezes, leva anos para se recuperar. Esse fenômeno, mata e escorraça os animais, como macacos, tatus, jacarés e onças pintadas que aparecem mortas ou com as patas queimadas. Também, dói ver aves como garças, tuiuiús e araras carbonizadas e/ou asfixiadas. Nada obstante os ingentes esforços de centenas de voluntários e servidores que tentam conter o fogo com mangueiras d’água ou com as próprias mãos, helicópteros derramando o líquido precioso do ar, todos querendo acabar ou pelo menos mitigar os focos de incêndio, mas as chamas teimam em resistir e as labaredas são vistas de longe e a fumaça se espalha, prejudicando a visibilidade dos transeuntes, causando pânico aos moradores das redondezas.
Muitos desses incêndios são criminosos que pela ânsia de fazerem pastos, as pessoas ateiam fogo nos matos, criando um rendado vermelho por quase todo o nosso território. Cenas como essas machucam e revoltam, porquanto além de prejudicar a nossa fauna e flora, têm efeito negativo no desenvolvimento da nossa agropecuária, praticada por homens fortes, que conhecem, conduzem e acompanham a utilidade do setor e sabem que é a locomotiva que puxa a economia do País. Assim, temos que tomar providências urgentes e necessárias, punindo de forma severa os seus malfeitores, para evitar situações desse quilate, e nosso agronegócio não venha perder sua competividade em relação a outros países, que estão investindo de modo maciço para o crescimento dessa atividade. Estamos de luto por todos os seres vivos afogueados nos abrasamentos em nome da ganância e ignorância do ser humano.
Antonio Cruz Gonçalves é empresário