O novo mercado de alimentação

A pandemia chacoalhou os mercados e muitas leituras e certezas foram desfeitas. Havia alguns anos que o cenário se mostrava pujante e de crescimento para delivery e shoppings, e em desaquecimento para restaurantes de rua. Isso de uma forma geral, com exceções, como bares, por exemplo. As pessoas pautavam suas escolhas dando alto nível de importância para questões como comodidade, segurança e tempo.

Nos últimos meses as coisas mudaram: prioridades, hábitos de alimentação e de lazer, interesses. Mas o que acontecerá quando isso passar? Que mudanças serão permanentes e o que iremos manter do que foi absorvido? É exatamente a busca por estas respostas que o empresário do setor de alimentação deve buscar para que consiga o posicionamento ideal do seu negócio.

Sem falsas pretensões de fazer uma leitura exata do futuro que nos espera, há muitos elementos que podem ajudar na construção dessa perspectiva. Primeiro é que, somado aos aspectos que antes pautavam o consumo, foram adicionados outros tão ou mais importantes, como higiene, segurança alimentar, busca por alimentos saudáveis, sustentabilidade e posicionamento socioambiental. As empresas serão reconhecidas e legitimadas por comunidades e grupos de clientes. Esse buzz será um grande vetor de consolidação e crescimento dos negócios.

Sobre segmentos de mercado há algumas tendências claras e outras bastante obtusas. O online to offline continuará avançando, com uma velocidade até maior que antes e expandindo para outras verticais, como entrega de supermercado, farmácia e vestuário. O delivery conseguiu atingir o público antes cético e com hábito de compra mais tradicional, conseguindo ganhar em profissionalização e confiança, e agora avança em outras frentes.

As grandes incertezas ficam por conta dos negócios que geram certa insegurança por conta da alta exposição e aglomeração. Apesar do curto e médio prazo estar comprometido, apenas o futuro dirá como se sairão esses setores da economia.

Tiago Diógenes
CEO do grupo Menu Brands