A importância da vacinação contra o HPV

Nos últimos 10 anos, diversos estudos realizados mostram evidências de que uma dose da vacina pode fornecer proteção igual a duas ou três doses

Escrito por Renata Bezerra ,
Médica ginecologista e obstetra
Legenda: Médica ginecologista e obstetra

O Ministério da Saúde anunciou no último dia 2 de abril uma mudança importante no esquema de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV tem alta prevalência no câncer do colo do útero e outras neoplasias, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esta doença é o terceiro tumor mais frequente na população feminina brasileira, responsável por cerca de 17.000 novos casos e quase 7.000 óbitos por ano.

Apesar da vacina HPV ser segura e muito efetiva na prevenção dos desfechos desfavoráveis da infecção pelo vírus, visto que os países com altas coberturas vacinais já conseguiram diminuir o risco do câncer de colo do útero em mais de 80% e quase eliminar as verrugas genitais, sua cobertura global é muito baixa, atingindo somente 12% das meninas de 9 a 14 anos.

Nos últimos 10 anos, diversos estudos realizados mostram evidências de que uma dose da vacina pode fornecer proteção igual a duas ou três doses (a depender da idade), em áreas com altas coberturas vacinais. Tais resultados, somados às dificuldades enfrentadas por muitos países na incorporação da vacinação contra o HPV, motivou a OMS em 2022, e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em 2023, à adoção de um esquema vacinal de dose única da vacina HPV até 20 anos de idade; de duas doses com intervalo de 6 meses, a partir de 21 anos, e de 3 doses para pessoas imunocomprometidas.

O público-alvo da vacinação são meninas e meninos de 9 a 14 anos, visando protegê-los no futuro da exposição ao vírus. Neste grupo prioritário estão inclusos também pessoas imunossuprimidas, pessoas que sofreram violência sexual e outras condições específicas, podendo receber a imunização até os 45 anos de idade.

O HPV pode ser responsável pelo câncer de pênis, câncer colorretal, câncer de vulva, câncer de boca e câncer de orofaringe, além de patologias como verrugas anogenitais e papilomatose respiratória recorrente, doenças classificadas como benignas, mas que causam grave constrangimento clínico e psicológico nos pacientes afetados.

Com a vacinação e a realização de exames de rotina podemos alcançar um futuro livre do câncer de colo do útero. Vamos seguir unindo nossas vozes e ações para espalhar consciência, informação e prevenção contra a doença.

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