Mobilidade. Somos capazes?

Escrito por Henrique Pereira , henrique.pereira@acocearense.com.br
Henrique Pereira é gerente de inovação do Grupo Aço Cearense
Legenda: Henrique Pereira é gerente de inovação do Grupo Aço Cearense

A sociedade é muito capaz. Inclusive, de criar problemas tão complexos que nenhuma instituição, sozinha, é capaz de solucionar. Assim é a mobilidade urbana. Grandes cidades vivem verdadeiros caos de ordem técnica, econômica, ambiental e social. Problemas sociotécnicos geradores de desigualdades.

Dada sua complexidade, a solução de problemas sociotécnicos, normalmente, não surge de transformações rápidas, mas, ao contrário, depende de movimentos demorados, chamados transição sociotécnica ou transição para sustentabilidade, cujo sucesso depende de muitos atores.

Em 2019, Fortaleza foi incluída pela Organização Mundial da Saúde entre as 54 cidades do mundo que apoiam a mobilidade para o desenvolvimento humano. Venceu o Prêmio global Transporte Sustentável 2019, conferido por um comitê internacional, em meio à redução das emissões de gases de efeito estufa, poluição atmosférica, e melhoria da segurança e do acesso para ciclistas. Em 2023, recebeu um prêmio internacional da Iniciativa Bloomberg para Infraestruturas Cicloviárias, graças às infraestruturas inovadoras e mobilidade sustentável, que aumentam a utilização da bicicleta, revitalizam bairros e promovem a saúde e o bem-estar.

Como fomos capazes? Destaco: A união da sociedade materializada por uma parceria público-privada, na qual vários interesses de várias instituições e diversos setores foram devidamente alinhados (governo federal, estadual e municipal, iniciativa privada, instituições acadêmicas e sem fins lucrativos e sociedade civil).

Um modelo de negócio baseado na economia compartilhada, no qual a posse é substituída pelo acesso, com mais inclusão. Bicicletas compartilhadas e estruturas cicloviárias são disponibilizadas sem distinguir classe social. E ainda a preocupação holística atuando em aspectos mercadológico, tecnológico, industrial, legal, de infraestrutura, científico e cultural, fundamentais em transições sociotécnicas.

Em suma, fomos capazes de gerar afinidades, lucratividade, convergir interesses sociotécnicos, promover sustentabilidade e inclusão social. Trata-se de um modelo replicável, capaz de resolver problemas, além da mobilidade urbana.

Somos capazes? Sim, convergindo propósitos!

Henrique Pereira é gerente de inovação do Grupo Aço Cearense 

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