Gestão humanizada na saúde

Escrito por Álvaro Madeira Neto , alvaromadeiraneto@gmail.com
Médico Sanitarista e Gestor em Saúde
Legenda: Médico Sanitarista e Gestor em Saúde

Ultimamente, uma visão fria surgiu no debate sobre gestão em saúde e educação médica. A crença de que “gestor não tem coração” se espalhou por certos ambientes corporativos, resultando em impactos devastadores para equipes, pacientes e alunos. Essa abordagem, porém, ignora a essência do que significa gerir contextos que lidam com pessoas. Seja na formação médica ou no cuidado com pacientes, a gestão precisa de sentimentos.

A ideia de que gestores devem ser frios e calculistas é ultrapassada e contraproducente. Na saúde e educação, onde a sensibilidade humana é essencial, o gestor precisa se conectar às necessidades da equipe e daqueles impactados por suas decisões. Diversos estudos revelam que líderes que praticam a empatia promovem ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Na saúde, a liderança humanizada não só reduz o estresse e esgotamento dos profissionais, como também melhora a qualidade do atendimento aos pacientes.

Na educação, sobretudo na formação médica, a gestão deve ir além da transmissão de conhecimento técnico. O papel do gestor acadêmico é criar um ambiente de acolhimento, onde os alunos não só adquiram habilidades clínicas, mas também desenvolvam uma compreensão profunda do que significa ser médico: cuidar das pessoas em todas as dimensões. Um ambiente acadêmico desumanizado, além de local de adoecimento de colaboradores e alunos, forma profissionais desumanizados.

Um bom gestor é, antes de tudo, um líder que serve a equipe. A liderança autoritária, que vê colaboradores como números, ou descartáveis, tende ao fracasso. Líderes verdadeiros não hesitam em compartilhar o peso das decisões, e o fazem como sinal de compromisso ético com o bem-estar da equipe e da liderança responsável.

E quanto a metas e indicadores? Eles são, de fato, essenciais para a gestão eficiente, mas seu uso deve ser ponderado para não se transformar em fonte de adoecimento. Existe uma linha tênue entre o uso para o desempenho e o abuso dessas ferramentas.

Portanto, é preciso que instituições de saúde e ensino invistam na formação de gestores focados em habilidades humanas e na implementação de uma governança para construção de ambientes saudáveis.

 Álvaro Madeira Neto é palestrante e gestor em Saúde

 

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