Fábula da pátria ultrajada

Escrito por Gonzaga Mota ,
Professor aposentado da UFC
Legenda: Professor aposentado da UFC

“Terrível”, apesar do nome, é um País habitado por milhões de pessoas boas – aliás a grande maioria – corretas, trabalhadoras, honestas e patriotas. Possui um território excelente com água, no subsolo, rios e lagos, bem como terras férteis, o que permite uma agropecuária pujante; uma indústria moderna e diversificada, assim como grandes reservas de recursos minerais. Enfim, “Terrível” já esteve entre as maiores Economias do Planeta. Quanto ao sistema político do País, no sentido amplo, diz-se que é uma República Democrática. Há muitas narrativas e controvérsias. Os Poderes Constituídos não são harmônicos e nem independentes e, por sua vez, a lei não é a mesma para todos.

A significativa maioria dos “terrivelianos” está perplexa, sem rumo e com um destino incerto. O que será de nós, dos nossos descendentes, dos amigos? Assim, pensam e dizem eles. Com certeza, o importante é sair desse caos, conquistando o caminho da verdade. A briga entre os poderosos de “Terrível”, pelo poder, em todos os sentidos, é muito grande. Pobre País! Uma parte dos poderosos conta com o apoio de poucos membros da Guarda Nacional e de milícias do narcotráfico. A outra parte do sistema tem também o apoio de poucos membros da Guarda Nacional e de outras facções do narcotráfico. A desarmonia, a corrupção e a falta de escrúpulos cresceram bastante.

A disputa não será entre o sistema prevalescente, representado pelas facções referidas, e seus adversários políticos, mas entre as duas correntes poderosas da situação. Não precisa ser vidente, todavia percebe-se que o final vai ser um lado destruindo o outro, dentro do sistema. Dessa forma, os pacíficos – não passivos – adversários políticos do sistema sairão vencedores, apoiados pelo povo, pela maioria da Guarda Nacional e distantes do relacionamento com narcotraficantes, porém próximos da justiça da liberdade, da paz, enfim da democracia. Moral da fábula: Quem muito ambiciona e não tem razão, será castigado, e acaba ficando sem nada.

Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC