Vacinação contra gripe continua apenas para grupos prioritários no Ceará

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza segue imunizando somente o público-alvo no Estado, até o dia 14 de junho, apesar da recomendação do Ministério da Saúde para liberar as doses a toda a população

Escrito por Redação ,
Legenda: Mais de dois milhões de pessoas no Ceará foram vacinadas até a manhã desta segunda-feira (3), representando 84% da cobertura dos grupos com prioridade. A meta é alcançar 90%.
Foto: (Foto: Reinaldo Jorge)

Apesar do anúncio publicado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (31), nem toda a população terá a oportunidade de se imunizar contra a gripe. No Ceará, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza segue até o dia 14 de junho, com doses disponíveis apenas para os grupos prioritários, conforme determinação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). 

Mais de dois milhões de pessoas no Ceará foram vacinadas até a manhã desta segunda-feira (3), representando 84% da cobertura dos grupos com prioridade. A meta é alcançar 90%. A recomendação do Ministério da Saúde, porém, foi enviada aos estados e municípios, indicando que quem não faz parte do público-prioritário da Campanha já poderia procurar a unidade de saúde mais próxima para se vacinar. 

Segundo o Órgão, a medida evitará o desperdício de doses nas localidades que não alcançarem a meta de imunização no público-alvo, que continua sendo prioritário. A busca por vacinas em Fortaleza, porém, foi frustrante para quem não se encaixa nos grupos mais suscetíveis à doença. 

“A minha filha tem problema de alergia, já chegou a ser internada duas vezes. Eu esperei a consulta com o pediatra para pedir a vacina, e ele indicou que ela se vacinasse, escreveu até na receita. Quando cheguei no posto, disseram que ela não podia. Eu mostrei a receita, mas a funcionária disse que ele só ‘indicou’ a vacina, o que não era suficiente. Tinha que ter solicitado”, relata o professor Milton Maia. 

Direito 

A recusa aconteceu no Posto de Saúde Rebouças Macambira, no bairro Jardim Guanabara. Por fazer parte do grupo de risco, Maia conseguiu se vacinar, mas sua filha de 8 anos não teve a mesma sorte, uma vez que a imunização só contempla crianças de até 6 anos de idade. “Isso é uma questão de boa vontade. Se sobra vacina e eu procurei o pediatra, por que ela não pode ser atendida?”, indaga. 

Às 9h desta segunda-feira (3), o estudante Leirton Silva chegou ao Posto de Saúde Professor Clodoaldo Pinto, no bairro Padre Andrade, após ser informado sobre a determinação do Ministério da Saúde, e teve que voltar para casa sem a vacina. “A funcionária foi muito rude, disse que não podia vacinar, que era só pra prioridade. É um absurdo, essa vacina devia ser pra todo mundo, porque é um direito nosso. Eu tenho muita alergia, sempre tomo quando posso, mas tá difícil”, lamenta. 

A escolha do público-alvo no Brasil segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e inclui crianças de 6 meses até menores de 6 anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, mulheres com até 45 dias pós-parto, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, população indígena, adolescentes e jovens sob medida socioeducativa, população carcerária e funcionários do sistema prisional, professores de escolas públicas e particulares e profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas). 

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