Trechos entre trilhos do Metrofor acumulam lixo

A Companhia afirma que providências para a remoção dos materiais já estão acontecendo em algumas áreas

Escrito por Redação ,
Legenda: Grandes volumes de lixo e entulho são atirados pela população por cima dos muros. Os despejos também são queimados
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

O acúmulo de lixo ao longo da via férrea do Metrofor é um problema antigo. Em fevereiro, o Diário do Nordeste relatou a situação preocupante da Linha Oeste, que liga a Capital ao município de Caucaia, na Região Metropolitana. Desta vez, a Linha Sul vem preocupando por abrigar em quase toda sua extensão, de 24,1 km, detritos.

O jornalista Haroldo Barbosa, que utiliza o trem elétrico, que liga Pacatuba a Fortaleza diariamente, conta que os resíduos sólidos se acumulam pelas 18 estações, por onde passam mais de 16 mil pessoas por dia, conforme a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor). "Há verdadeiros monturos dentro dos muros do metrô, ao lado dos trilhos. Além de trazer riscos para a população que mora nas proximidades devido ao acúmulo de ratos, baratas, mosquitos e outros, quando o lixo é queimado, põe em risco a fiação do Metrofor", relata ele.

Grandes volumes de lixo e entulho são atirados pela população por cima dos muros. Os despejos também são queimados, emitindo muita fumaça sobre o veículo. No trecho subterrâneo do metrô, não há sujeira. Os problemas começam a aparecer quando ele atinge a superfície e ultrapassa o bairro Parangaba. Do local em diante, há montes frequentes de poda e restos de árvores, entulho, pneus e até mesmo sofás. O trecho crítico está entre a estação do Conjunto Esperança e a do Aracapé.

Frequência

Já em revisita à Linha Oeste, seis meses depois da primeira reportagem, é possível constatar que o despejo irregular continua. Nas margens da via férrea, no trecho que corta o bairro Moura Brasil, os resíduos e o mato alto ocupam o mesmo cenário do trânsito de veículos e pessoas.

Para o eletricista Edivaldo Macedo, 50, o problema é decorrente tanto da falta de educação das pessoas que moram próximas ao modal quanto de problemas na periodicidade da remoção dos resíduos. "O metrô foi uma obra importante, melhorou o transporte dos trabalhadores, mas às vezes tenho a impressão de que está entregue às traças. Tem lixo no caminho todo", pondera.

Em nota, o Metrofor informou que a limpeza dos terrenos da via férrea é uma ação constante do órgão, por meio de contratos para a manutenção da via, e também em parcerias com a Prefeitura de Fortaleza. Além disso, diz que a Companhia realiza palestras e cursos sobre meio ambiente em escolas próximas da via férrea, com objetivo de criar uma cultura de preservação do patrimônio e da natureza.

A Companhia afirma que "providências para a remoção dos materiais mostrados já estão acontecendo e a área deve estar limpa até a próxima semana. A Metrofor esclarece ainda que o trecho apresentado, entre as estações Vila Pery e Manoel Sátiro, enfrenta dificuldades para acesso do caminhão de lixo e máquinas para remoção de entulhos". Na manhã dessa sexta (2), equipes do órgão realizavam a limpeza entre as estações Parangaba e Vila Pery. (Colaborou Nícolas Paulino)

FIQUE POR DENTRO

Despejo de resíduos pode gerar reclusão

Despejar resíduos ou entulho em via pública também é uma infração penal prevista no artigo 54 da Lei nº 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais, que aplica pena de reclusão de um a cinco anos e multa.

Isso porque o tempo de decomposição desses materiais dura muito tempo; o plástico, por exemplo, pode permanecer na natureza por 100 anos. Portanto, os prejuízos para o meio ambiente se estendem por muitos anos.

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