Tartaruga marinha debilitada por poluição é resgatada viva com apoio de voluntários no Serviluz

Além de quadro de desnutrição, animal apresenta um tumor característico do contato com água de baixa qualidade

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Foto mostra voluntários ambientalistas
Legenda: Voluntários ressaltam que o atendimento precisa ser rápido para salvar as espécies ameaçadas de extinção
Foto: Reprodução Instituto Verdeluz

Uma tartaruga marinha, encalhada viva, foi resgatada por equipe de voluntários, com apoio do Corpo de Bombeiros e da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), na Praia do Titanzinho, neste sábado (3). O animal estava desnutrido e com um tipo de tumor, característico do ambiente poluído, em uma das nadadeiras.

Após receber cuidados iniciais, a tartaruga foi encaminhada ao Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB), no Rio Grande do Norte, onde há uma base de reabilitação. “Ela estava bastante desnutrida e tinha uma espécie de tumor, um fibropapiloma, que é comum quando a tartaruga está habitando regiões muito poluídas do oceano. Então é um indício da baixa qualidade da água do mar”, explica a coordenadora de campo do Grupo de Estudos e Articulações Sobre Tartarugas Marinhas (Gtar), Ruama Catarina

Ainda na sexta-feira (2) à noite, os voluntários do Instituto Verdeluz receberam informações sobre o aparecimento no animal no Serviluz, mas a tartaruga, do tipo cabeçuda, havia sido reintroduzida ao mar. “Na manhã do sábado a tartaruga voltou a encalhar na região, os Bombeiros foram acionados e levaram o animal para o batalhão no Mucuripe. As tartarugas só saem do mar em duas hipóteses: para desovar, o que não é o caso, ou quando elas estão debilitadas”, acrescenta a voluntária. 

Foto mostra tartaruga
Legenda: Animal teve de ser transferido por falta de base de reabilitação em Fortaleza
Foto: Reprodução Instituto Verdeluz

Dessa forma, o procedimento adequado é acionar órgãos e organizações ambientais para fazer o resgate. A equipe de voluntários, formada por biólogos, realizou o primeiro atendimento com medicamentos e soro. Em seguida, a tartaruga foi transferida ao projeto da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern), com apoio da Semace, para receber o tratamento adequado.

“Quando o animal encalha já está bastante debilitado, a gente tem que fazer um resgate o mais rápido possível para tentar garantir a sobrevivência desse animal, que já está ameaçado de extinção. O que a gente consegue salvar, faz uma diferença gigantesca”

O Ceará, além da tartaruga cabeçuda, abriga outras quatro espécies do animal: tartaruga verde, tartaruga de pente, tartaruga oliva e tartaruga de couro. No último mês, como estima Ruama Catarina, foram mais de 30 encalhes na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), sendo a maioria de animais mortos.

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