"Saúde entrará em colapso, caso financiamento não seja revisto", diz secretário

Durante a reunião do Conselho Estadual de Saúde, o secretário interino, Henrique Javi, relatou que as falhas no levantamento de recursos é o maior problema atual na área

Escrito por Redação ,
Durante a segunda reunião do Conselho Estadual de Saúde (Cesau), realizada nesta segunda-feira, o gestor interino da pasta, Henrique Javi, afirmou que a rede de saúde pública entrará em colapso, caso a legislação que versa sobre o financiamento do setor não seja revisada. "A gestão precisa de uma melhoria contínua mas o nosso problema geral hoje se chama financiamento. "Atrás de todos esses problemas temos uma legislação que é ruim para financiar o sistema. Ela precisa ser revisada porque, dessa maneira, o sistema vai colapsar em meses, pois ele não suporta a maneira como as coisas estão acontecendo", revelou Javi.
 
O secretário da Saúde destacou ainda que as dívidas em torno do setor atingem todos os âmbitos do poder, o que deixa a crise sem perspectivas de resoluções imediatas. "Estamos aqui falando de endividados e conversando com outros endividados. O estado, o município e a União estão devendo, todos estão dentro do mesmo âmbito, endividados de tal maneira e rolando divídas numa coisa chamada sistema de saúde que não tem a mínima condição, da maneira como está se processando, de ninguém saldar, porque não há perspectivas futuras de um recurso novo". 
 
Foi colocada ainda a necessidade de trazer a discussão a um âmbito nacional, para que o atual modelo de financiamento seja alterado. "A nossa discussão primeira é entender esse financiamento, porque depois de anos de Conferencias Nacionais de Saúde, se nós quisermos que o Sistema Universal se consolide mais ainda dentro do Brasil, precisamos que isso vire pauta prioritária, já que sem financiamento adequado, não vai funcionar", asseverou Henrique Javi.
 
Crise
O Conselho Estadual de Saúde foi criado pelo governador Camilo Santana em resposta à crise que afeta o atendimento ao público no setor. Na última quinta-feira (21), o gestor estadual reuniu-se com a presidente Dilma Roussef para discutir, dentre outros assuntos, a situação cearense na área da Saúde. Ele apontou a existência de um subfinanciamento federal para a Saúde no Ceará, mas não recebeu manifestações por parte da chefe do Executivo nacional acerca dos cortes que serão anunciados para o setor, ou a criação de novas fontes de financiamento para a área.
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