Saúde bucal: No Ceará, 45,9% de pessoas com mais de 60 anos perderam todos os dentes
Os dados são resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS), lançada pelo IBGE
Muitos cearenses passam boa parte da vida sem o sorriso. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS), no Ceará, entre os idosos, a perda dentária completa é mais frequente, aproximadamente 45,9% com 60 anos ou mais de idade. A mesma pesquisa indica que 13% das pessoas de 18 anos ou mais perderam todos os dentes, o correspondente a 0,9 milhão de pessoas. Deste número, 15,5% são mulheres e 10,1% são homens.
De acordo com Rômulo Regis, docente do curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do projeto Sorriso Grisalho, esse número reflete bem a realidade nacional, na qual as pessoas menos abastadas não têm acesso a serviços preventivos e de tratamento odontológico.
“Esses dados são o reflexo de uma odontologia mutiladora do passado, onde existe uma concepção de que é melhor extrair antes do que causar problemas, pois o índice CPOD (número de dentes cariados perdidos e obturados) é bem alto nessa faixa etária", explica.
Ainda segundo o levantamento, um em cada três adultos (33,0%) usava algum tipo de prótese dentária (33,4%, em 2013). Apesar de as mulheres terem revelado melhor prevenção à saúde bucal, foram elas as que mais perderam dentes e as que mais usavam prótese dentária, em 2019: 37,1% ante 28,4% entre os homens.
Sobre o acesso à saúde bucal, foi revelado pela PNS 2019 que, embora a rede de saúde pública do Brasil tenha programas e ações (como o Brasil Sorridente) em suas unidades de saúde básica, em 2019, no Ceará, o atendimento odontológico ocorreu preponderantemente em consultórios particulares ou clínicas privadas, totalizando 64% dos atendimentos. As Unidades Básicas de Saúde foram responsáveis por 26,4% dos atendimentos.