Professores de jovens e adultos dão aulas por ligações e redes sociais durante quarentena

Atividades online iniciaram com isolamento social, em março, com o objetivo de manter o acesso a um direito básico: a educação

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Ensino à distância diminui atrasos na Educação de Jovens e Adultos durante a quarentena
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Diante do período de isolamento social devido à pandemia novo coronavírus, escolas, faculdades e estabelecimentos não essenciais precisaram suspender as atividades presenciais e estão se reinventando nas formas de ensino. Nos Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJAs), da rede estadual do Ceará, os professores estão utilizando ligações e as redes sociais para manter os estudantes em dias com o conteúdo.
 
De acordo com as diretrizes da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc) aos CEJAs, houve uma parceria com a empresa Google para disponibilizar aos professores e alunos da rede estadual o acesso irrestrito à plataforma G Suite, que integra ferramentas como o Google Sala de Aula (Classroom), Drive, Agenda, Documentos, Planilhas, Apresentações, Formulários, Sites, Hangouts, entre outras.
 
A professora de física Tatiane Guedes, do CEJA Professora Raquel Castro e Silva de Miranda, em Caucaia, explica que os meios alternativos utilizados foram adotados desde o início da suspensão das aulas, em março. “Usamos tudo: ligações, grupos de WhatsApp, mensagens, vídeos no youtube e classroom. É importante essa comunicação para os alunos saberem onde estão os conteúdos durante esse período”, diz.
 

Nós professores estamos alimentando essas plataformas e tirando dúvidas quase que 24h por dia para que ninguém fique de fora da educação nesse tempo difícil

Sem acesso
 
Apesar da intenção de continuar os estudos em casa, a professora reconhece que alguns alunos não conseguem acompanhar as aulas no ambiente online por causa do acesso, ainda limitado, à internet. “Não são todos que têm um smartphone ou um computador. Quando tem, às vezes não têm internet, então tem uma série de dificuldades, sim. Mas, por exemplo, em uma turma de 20 alunos, 14 conseguem acesso às aulas, então já é boa parte”, pondera. 
 
Sobre os alunos que não têm condições de acessar as atividades online, “nós vamos atrás deles, já que a grande maioria são jovens e adultos que se conhecem já e, a partir disso, os próprios colegas repassam o material impresso para eles. Além disso, antes da suspensão, alguns alunos levaram materiais. Mesmo assim, buscamos dar todo o suporte”.
 
De acordo com as diretrizes da Seduc, ainda, os estudantes que não tiverem acesso aos meios para interação com os professores, poderão desenvolver o plano individual de estudos quando forem retomados os atendimentos presenciais.
 
Em casa
 
Para a costureira e aluna do CEJA Monsenhor Hélio Campos, em Fortaleza, Ângela Silva, 42, o período reservado para os estudos em casa é sagrado. “Antes, já era uma rotina sair do trabalho e ir ao colégio, agora mais ainda. Não tenho internet das melhores, mas consigo acompanhar pelo WhatsApp que a escola disponibilizou”, relata.
 
Por mensagens instantâneas e ligações explicativas, Ângela conta que consegue realizar atividades de pontuação e resumos do material impresso. “Na minha sede, nós alunos não temos aulas no Classroom, mas mesmo assim temos contato com os professores, o que já facilita muito. Quando não podem nos responder na hora, eles ligam para explicar algum ponto, tirar dúvidas mesmo, não deixam de nos auxiliar”, conclui.

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