Obras da Sargento Hermínio se arrastam há 16 anos e nova empresa rescinde contrato

Construtoras que participaram de licitação não quiseram assumir a obra. Segundo o Governo do Estado, a Prefeitura de Fortaleza de deve realizar  novos processos de licitação

Escrito por Redação ,
Legenda: Conforme um comerciário, falta de calçadas, acumulação de entulhos devido as obras inacabadas estão afastando clientes da área
Foto: Foto: Camila Lima

Duplicar uma avenida que corta a cidade de leste a oeste para solucionar um problema de tráfego. A ação estrutural, embora seja aparentemente comum na área da mobilidade, em Fortaleza ainda é um grande dilema na Av. Sargento Hermínio Sampaio. São, pelo menos, 16 anos de espera para a efetivação do alargamento. 

No cenário mais recente, a intervenção está novamente parada, pois a empresa escolhida em 2018 para executá-la rescindiu o contrato e as outras construtoras que participaram da licitação não quiseram assumir o processo. Segundo o Governo do Estado, a Prefeitura terá que relicitar a obra. 

A intervenção foi iniciada ainda na gestão do ex-prefeito de Fortaleza Juraci Magalhães. O alargamento da via teve início em novembro de 2003 e foi paralisado várias vezes. Em diversas ocasiões, a obra não impediu totalmente o tráfego que é intenso na região, mas tornou lenta e conturbada a travessia no local que é um dos grandes corredores de transportes coletivos e veículos particulares. 

A primeira etapa da intervenção, concluída em 2011, duplicou o trecho da Sargento Hermínio entre a Av. José Jatahy e a Rua Padre Anchieta. Em 2018, quando a Prefeitura e Secretaria das Cidades do Governo do Estado assinaram em parceria a Ordem de Serviço para a obra de requalificação da Sargento Hermínio, o projeto de ampliação da via previa uma nova fase, a partir da segunda quinzena de outubro, que deveria duplicar o trecho entre as ruas Padre Anchieta e Olavo Bilac. 

A projeção é de uma avenida com quatro faixas e uma ciclovia no canteiro central a ser entregue em julho desse ano.

Mas, de acordo com a Secretaria das Cidades as obras são, agora, de responsabilidade da Prefeitura de Fortaleza. Questionada sobre as paralisações da intervenção, a Pasta esclareceu que houve um problema com as empresas responsáveis pelo projeto. "A empresa licitada pela SCidades rescindiu contrato e as outras construtoras que participaram da licitação não quiseram assumir a obra. Após isso, a Prefeitura encarregou-se dos processos de relicitação", explicou. 

Moradores convivem com os impactos

O projeto de ampliação da via teria uma nova fase a partir da segunda quinzena de outubro do ano passado. Contudo, foi apenas em novembro que os moradores viram os primeiros projeto sendo desenvolvidos. Na época, os terrenos teriam que ser recuados para ampliar devidamente a avenida, para isso, foram destinados mais de R$ 12 milhões. 

A aposentada Maria Jesus  não se importava de perder uma parte da entrada da casa, devido o medo de sofrer um acidente de trânsito.“É muito carro para pouco espaço”, comenta.

A demora na conclusão da obra está atrapalhando a rotina dos moradores. Segundo o embalador Cristiano Araújo, há muito carro e engarrafamento. "Essa avenida é estreita, tem muito acidente. Eles começaram a alargar a avenida e pararam. Entra e sai prefeito e nada acontece", afirma. 

Além dos acúmulos de entulhos, os populares ainda lidam com acidentes e transtornos no trânsito. "O desejo é que a obra seja feita. Infelizmente, começaram há um ano de novo e, depois, pararam, não voltaram mais. Esse é o grande problema", relata Getúlio Cunha, dono de um depósito localizado na Avenida Sargento Hermínio. 
 

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