No Ceará, casos de meningite tiveram redução de 55,5% em comparação ao ano passado
Neste ano, foram registrados um total de 105 casos confirmados até 30 de maio, em 2019, o número foi de 236, conforme boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa)
Na Semana Epidemiológica 22, até o dia 30 de maio deste ano, foram confirmados 105 casos de meningite no Ceará, registrando maior ocorrência de origem viral e meningocócica, com respectivamente 38 e 15 das notificações, representando 36,2% e 14,3% dos casos. Em 2019, no mesmo período, 236 casos foram confirmados, conforme boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Em comparação a 2020, houve uma redução de 55,5% nas ocorrências.
Entre os dois períodos, houve uma redução de 75% no número de mortes, saindo de 24 para 6, em 2020.
Segundo a pasta estadual, os dados referentes ao ano de 2020 ainda podem mudar conforme há inserção de novos dados pelas unidades e/ou municípios. “Há ainda o tempo do próprio sistema, cuja atualização pode acontecer com no mínimo 15 dias após a alimentação feita pelo município”.
Outra hipótese sobre a queda no percentual de ocorrências de meningite em 2020 é em relação à pandemia de Covid-19. “Seria o fato de estarmos falando de um acometimento que em sua grande maioria é ocasionado por infecções de transmissão respiratória. Ou seja, as mesmas medidas adotadas para a redução da transmissão de Covid-19 são medidas simples (como lavar as mãos, manter ambientes limpos e arejados, evitar aglomerações), que também podem evitar a propagação de vários outros patógenos, como os que causam meningite, podendo assim influenciar na redução na incidência da doença”.
No ano passado, as meningites virais e meningocócicas também tiveram maior incidência, com 95 e 28 confirmações. Do total de 236 casos registrados, a quantidade equivale a respectivamente, 40,3% e 11,9%. Em relação aos óbitos, a meningite meningocócica teve 10 mortes nos 28 casos, registrando letalidade de 35,7%.
As maiores quantidades de casos, ainda em 2019, foram registradas nas faixas etárias de 20 a 29 anos, assim como de 30 a 39 anos. Em cada uma delas, tiveram 37 confirmações da doença. No entanto, as maiores taxas de letalidade ocorreram com as faixas etárias de 60 anos e mais, com 20%, assim como de 40 a 49 anos, com 18,2%.
Neste ano, a maior quantidade de casos foi registrado com a faixa etária de 40 a 49 anos, com 23 ocorrências, seguido logo após pelo grupo de 30 a 39 anos, com 21 registros. Enquanto o primeiro grupo não contabilizou nenhuma morte, o segundo teve somente uma.
Em relação à taxa de letalidade, em 2020, o grupo de 15 a 19 anos teve 25%, em que, dos 4 casos registrados, 1 resultou em morte.
Ainda segundo a pasta, “qualquer pessoa está sujeita a ter a doença”. “Porém, as pessoas que não foram vacinadas, crianças menores de um ano de vida, os adolescentes e os idosos apresentam maiores chances de contraírem a doença. Dependendo do tipo de agente etiológico causador da meningite, o diagnóstico precoce e a instituição do tratamento adequado é primordial para minimizar as chances do doente ir a óbito. Ou seja, diagnóstico precoce salva vidas”.
Distribuição dos casos
Conforme o boletim da Sesa, é possível perceber que o interior do Ceará apresentou maior quantidade de casos em 2019. Enquanto municípios como Poranga, Guaraciaba do Norte, São Benedito, Ubajara, Tianguá e Parambu, localizados a oeste do Estado, tiveram ao menos uma ocorrência da doença ano passado, em 2020 não houve nenhum registro nessas localidades.
Em 2019, casos de meningite foram confirmados em 65 dos 185 municípios cearenses, representando 35,3%. Do total, apenas 13 tiveram registro de óbitos, equivalente a uma taxa de 7,1%.
Já neste ano, houve uma redução de 38,5% na quantidade de cidades com casos confirmados, tendo somente em 40 das cidades, equivalente a 21,7%. As mortes só foram registradas em 3 dos municípios, representando menos de 2% do total.
Vacinação
Para reduzir os casos de meningite no Brasil, a vacina Meningocócica ACWY foi incorporada ao calendário nacional de vacinação neste ano, com indicação para adolescentes na faixa etária de 11 e 12 anos.
Em 2019, a Sesa afirma que as vacinas CV ficaram abaixo da meta em alguns municípios do Estado, em decorrência do desabastecimento a nível nacional da vacina Pentavalente e do processo de integração entre as bases de dados para registro da vacinação.