Ministério descarta coronavírus no Ceará, mas Brasil acende alerta

Conforme o Governo Federal, o engenheiro de 27 anos, morador de Sobral, foi diagnosticado com rinovírus, que causa  esfriados comuns. O paciente teve alta, na noite de ontem (3), do Hospital Regional Norte 

Escrito por Redação ,
Legenda: Paciente estava internado no Hospital Regional Norte, em Sobral, aguardando o resultado do exame 

O Ministério da Saúde descartou, nessa segunda-feira (3), o caso suspeito de novo coronavírus que estava em investigação no Ceará desde o último dia 29 de janeiro. Conforme a Pasta federal, os exames do engenheiro mecânico, de 27 anos, morador de Sobral, apresentaram resultado laboratorial negativo para 2019-nCoV. 

Diferentemente da hipótese inicial, o laudo diagnosticou o paciente com rinovírus, causador de resfriados comuns. De acordo com a assessora técnica da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Magda Almeida, o rinovírus pode contaminar qualquer pessoa, independentemente da localização. 

“Ele e o adenovírus são os mais comuns entre nós. O rinovírus circula normalmente entre a gente. Na quadra invernosa, bem mais por conta que as pessoas ficam mais fechadas em casa”, explicou a representante da Sesa. 

O engenheiro recebeu alta, na noite de ontem, do Hospital Regional Norte (HRN), onde estava internado em isolamento respiratório. Enquanto permaneceu na unidade, o homem teve quadro clínico de saúde estável sem apresentar sintomas. 

A conclusão do exame foi entregue pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) menos de uma semana após o anúncio de que havia um caso suspeito no Ceará. O paciente havia passado 90 dias na China e voltou para o Estado no mês passado. 

Nacional

Com o descarte do Ceará, 14 casos seguem como suspeitos no Brasil, nos estados de São Paulo (7), Rio Grande do Sul (4), Santa Catarina (2) e Rio de Janeiro (1). Até o momento, nenhum caso foi confirmado. Mesmo sem essa confirmação, o Governo Bolsonaro decidiu, ontem, elevar o nível de alerta no Brasil e quer declarar emergência em saúde pública devido ao novo coronavírus. A intenção é dar agilidade ao Estado na contratação de equipamentos sanitários e na montagem da área de quarentena que receberá os brasileiros retornados da cidade de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus na China.

Pelos protocolos de saúde, a declaração de emergência era esperada apenas após o registro do primeiro caso confirmado. O Governo, porém, alega a necessidade de preparar a chegada dos brasileiros que hoje estão naquele país.

O estado de emergência permite ao Governo contratações emergenciais mais rápidas para fazer frente aos esforços de contenção do vírus, dispensando, por exemplo, processos licitatórios.

Segundo o Governo, ao menos 40 brasileiros em Wuhan manifestaram interesse em voltar ao Brasil. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o Governo ainda analisa em qual local ocorrerá a quarentena prevista e que “tem gente do Ceará” no grupo, sem confirmar a quantidade e a cidade natal. 

No mundo, a epidemia ainda se alastra. Nessa segunda-feira (3), o saldo de mortes somou 362 pessoas (361 na China e 1 nas Filipinas), com 17.200 casos confirmados de contaminação.

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