Lixo e peixes mortos se acumulam às margens do Rio Cocó
Segundo os habitantes da região, no Bairro Boa Vista, o mau cheiro vem se agravando devido ao lixo acumulado no rio
Moradores da Rua Conde Januário, no bairro Boa Vista, em Fortaleza, denunciam o acúmulo de lixo e alta quantidade de peixes mortos às margens do Rio Cocó. O cenário, que já não é novidade, está pior há três dias, resultando em mau cheiro e oferecendo riscos a quem vive no entorno.
O carpinteiro Valdemar Evaristo tem 82 anos e, durante 41, mora na rua Conde Januário. Ele garante que o problema não é novidade. "Esse rio era limpo, a gente tomava banho, dava até para beber a água. Depois que 'encheu de gente' por aqui, o lixo aumentou. Tem fábricas e empresas também que aumentam a gravidade da situação".
Ele não é o único a reclamar. À reportagem, uma moradora não identificada confirma a queixa. "Anualmente acontece isso. O Rio Cocó fica completamente contaminado. Cheguei aqui ainda jovem e era um rio limpo, hoje ele se tornou morto", afirma a moradora, que acusa, também, políticos e empresários que, segundo ela, instalam galpões às margens do rio sem responsabilidade com a preservação do local.
Descaso
O lixo acumulado às margens do rio, e dentro dele, torna o mau cheiro muito forte em períodos do dia que o vento não é intenso, é o que afirma seu Valdemar. "O odor é tão forte que você não consegue nem comer. Tem que tapar o nariz para engolir."
O morador diz, ainda, nunca ter visto integrantes da Prefeitura ou do Governo do Estado fazendo a fiscalização do local. Em contrapartida, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) garante estar ciente da ocorrência de peixes mortos e afirma que os motivos para tais acontecimentos estão sendo investigados por meio de coletagem de amostras das águas do Rio Cocó.
A pasta garante, ainda, que após a divulgação dos resultados, um relatório apontando as causas da mortandande dos peixes será preparado, para que as medidas para resolução dos acontecimentos sejam traçadas.