Inaugurada primeira etapa do Canal

Escrito por Redação ,
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Foto: Gustavo Pellizzon

Com um ano de atraso, foi entregue ontem, em Jaguaribara, o trecho de 55 quilômetros do Canal da Integração, obra que custou R$ 180 milhões, passou por três governadores para ser concluída e tem como objetivo garantir abastecimento de água, gerar projetos de irrigação e incentivar desenvolvimento econômico e social.

Com essas expectativas, a inauguração foi uma festa para cerca de 3 mil pessoas. O problema é que, mesmo com o avanço, a tarifa de água pode aumentar para garantir a manutenção da obra, e muitos agricultores que moram perto do Açude Castanhão — e agora do Canal — continuam inconformados porque não foram beneficiados com projetos de irrigação.

A inauguração do trecho entre os açudes Castanhão e Curral Velho, em Morada Nova, teve dois momentos. No primeiro, às 11 horas, ao lado do Castanhão, o secretariado, deputados, prefeitos de municípios do Vale do Jaguaribe e convidados assistiram ao governador Lúcio Alcântara acionar os dois motores que levam água do Castanhão para o Reservatório do Canal. Com ele estavam os ex-governadores Tasso Jereissati e Beni Veras. Às 13 horas, no Reservatório, Lúcio acionou a abertura das comportas do Canal.

Nessa hora, o que emocionou a multidão foram as centenas de balões que coloriram a enxurrada e, depois de estourados, poluíram a água. De qualquer forma, a obra é vista como uma vitória para a gestão de recursos hídricos cearenses, principalmente porque no Ceará 80% dos solos são cristalinos e a evaporação é três vezes maior do que a média mundial.

Conforme o gerente de fiscalização da obra, Carlos Asfor, os trabalhos começaram em outubro de 2001, mas atrasaram no final do mesmo ano, por nove meses, devido a entraves no financiamento. Assim, a previsão de entrega do primeiro trecho passou de 24 para 36 meses.

Essa etapa deve garantir o abastecimento de Morada Nova, Limoeiro do Norte e dos Projetos de Irrigação do Tabuleiro de Russas e de Morada Nova. Antes o Banabuiú ficava sobrecarregado. Os trabalhos de irrigação com o canal não começaram. “Porque o inverno deste ano foi bom”, justifica Asfor.

As obras dos próximos 112 quilômetros do canal (do Açude Curral Velho para a Serra do Félix e daí para o Açude Pacajus) devem começar em março, com previsão de término para 2006. Já os 85 quilômetros dos dois últimos trechos (do Pacajus para o Gavião e deste para o Porto do Pecém) devem ser finalizados em 2008.

Os trechos 2 e 3 estão orçados em R$ 450 milhões e a obra total, em R$ 900 milhões, com financiamentos do Banco Mundial e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Hoje o Ceará é o único Estado com capacidade para receber água da transposição do Rio São Francisco.

Marta Araujo

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