Fortaleza é a 2ª Capital com mais diabéticos diagnosticados em 2018
A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018) aponta que 9,5% das pessoas de 18 anos ou mais entrevistadas em Fortaleza alegaram portar a doença
Fortaleza é a segunda capital do Brasil com o maior percentual de diagnóstico de diabetes no ano passado, atrás apenas do Rio de Janeiro. É o que aponta a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018). Ao todo, 9,5% das pessoas de 18 anos ou mais entrevistadas em Fortaleza no ano passado alegaram portar a doença. Os números, levantados pelo Núcleo de Dados do Sistema Verdes Mares, foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde.
O resultado mostra um crescimento de 1.9 pontos percentuais em relação a 2017, quando 7,6% dos entrevistados da Capital declararam possuir o diagnóstico, o que colocava a cidade na 9ª posição no ranking nacional. As mulheres apresentaram a maior incidência da doença no levantamento mais recentes, em 10,7% dos entrevistados de 2018. Já 8,1% dos homens ouvidos alegaram estar com a doença.
A Vigitel Brasil 2018 também aponta a frequência de adultos com diabetes que referiram tratamento medicamentoso da doença. Neste caso, 86,7% das pessoas entrevistadas no período disseram tratar a patologia em Fortaleza, sendo 89,7% homens e 89,7% mulheres.
Além da predisposição genética, os principais fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes tipo 2 estão ligados aos maus hábitos, como a alimentação inadequada e o sedentarismo, segundo explica a médica endocrinologista do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Ana Flávia Torquato. "O motivo pelo qual tem crescido a diabetes no Brasil e em Fortaleza são os hábitos de vida. A população está cada vez mais obesa então o foco deve ser melhorar a alimentação e praticar atividade física regular", orienta.
Segundo a especialista, a doença se torna mais comum com o envelhecimento da população, uma vez que cai a produção da insulina, ao mesmo tempo que aumenta a resistência a ela. A médica alerta, ainda, para a característica assintomática da diabetes tipo 2, que pode não apresentar sintomas por muitos anos.
"Tem pessoas que passam até 10 anos sem saber e quando descobrem é porque já apresenta alguma complicação. O problema da diabetes são as complicações associadas à ela, como doenças renais, perda da visão, amputações e a nível cardiovascular. A principal causa de mortes por diabetes é infarto agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca", destaca.